Sai um "Arraiolos" para o Papa Francisco

Hortense Canelas é proprietária de uma fábrica em Arraiolos. Há um ano teve a ideia de oferecer um tapete ao Papa. Escreveu para o Vaticano, deu todos os esclarecimentos necessários e, mês e meio depois, recebeu uma resposta favorável.

"Cruzei-me com algumas barreiras mas como sou persistente, consegui. É por mim e por ele", contou à Renascença.

É admiradora confessa de Francisco. Considera-o "muito especial" e um homem que está a marcar "o mundo inteiro pela sensibilidade às questões da pobreza e pelo facto de não fazer distinção de ninguém".

Quatro meses foi o tempo que demorou a confeccionar o tapete. Tem 4,20 metros de comprimento por 1,20 de largura e mais de 200 mil pontos. É uma réplica de um desenho persa dos finais do século XVIII e foi denominado "Papa Francisco".

"Sempre vi este desenho como uma espécie de altar", diz Hortense Canelas.

"Na minha cabeça vi o Papa Francisco a pisá-lo. Por isso, utilizei o azul celestial, o pérola como se fosse a batina dele e uns dourados alusivos ao tecto de uma igreja. Inspirei-me em tons muito suaves e elegantes. É um tapete maravilhoso", descreve. 

Hortense Canelas sai de Portugal a 19 de Maio e leva na bagagem esta oferta. É entregue na audiência geral de 20 de Maio. Não sabe se Francisco ficará com o tapete ou se reverterá para um museu do Vaticano. Isso também não tem importância, já que o objectivo inicial fica cumprido: homenagear o Papa pela sua humanidade.


[notícia corrigida em relação ao número de pontos usados no tapete]