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Caminhos alternativos. Santuário de Fátima não tem vocação para financiar municípios

12 mai, 2015 • Paula Costa Dias

Não é por falta de dinheiro que não se concluíram ainda os caminhos alternativos, e mais seguros, para se chegar a Fátima a pé, diz reitor do santuário.

Caminhos alternativos. Santuário de Fátima não tem vocação para financiar municípios

O reitor do santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, apelou esta terça-feira às autarquias para que colaborem na preparação de caminhos alternativos para os peregrinos.

Reconhecendo que o problema não é fácil de resolver porque os peregrinos têm tendência a optar pelo caminho mais rápido, que coincide com as vias de maior tráfego automóvel, o reitor do santuário explica que tem sido feito um esforço junto das autarquias locais para preparar alternativas e que não é a falta de dinheiro que tem atrasado o processo.

"Neste momento estão-se a pensar, juntamente com as soluções, também as formas de financiamento. Por isso é que digo que não é uma questão de financiamento que tem impedido o encontrar soluções", afirmou o reitor do santuário, em conferência de imprensa.

A procura de "alternativas seguras para os peregrinos" começou "muito antes" do acidente que matou cinco peregrinos de Mortágua, no dia 2. "Há muito que o santuário e as autoridades estão alertados para esta realidade e por isso há muito que estamos a procurar soluções", afirma.

Questionado pelos jornalistas se o próprio santuário não poderia ajudar financeiramente na criação dos percursos, o reitor disse que não e explicou porquê: "O santuário é um lugar, as ofertas dos peregrinos são, antes de mais, investidas nas melhorias para os peregrinos."

"Por outro lado, queria deixar claro que não é vocação do santuário financiar os municípios portugueses e não é para financiar os municípios que os peregrinos deixam as suas ofertas neste lugar. É criar uma cortina de fumo levantar esta questão e lançá-la para o lado do santuário. Ao santuário não compete o ordenamento do território", afirmou.