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Chineses revoltados por críticas à falta de liberdade religiosa

05 mai, 2015 • Filipe d’Avillez

Uma comissão americana pediu ao Governo que mantenha a China na lista de países de particular preocupação no que diz respeito às violações à liberdade religiosa. Pequim não gostou.

O Governo de Pequim reagiu com revolta à classificação da China como "país de particular preocupação" pela Comissão da Liberdade Religiosa Internacional dos Estados Unidos.

Uma porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim disse que tinha sido feita uma queixa formal a Washington e lamentou que os Estados Unidos queiram "interferir" nos assuntos internos da China.

"Fizemos representações junto dos Estados Unidos e pedimos que deixem de interferir com os assuntos internos da China, fazendo uso do referido assunto", disse Hua Chunying, na segunda-feira.

A comissão americana é um órgão oficial que todos os anos produz um relatório sobre o estado da liberdade religiosa em todos os países do mundo.

Este relatório é acompanhado de uma recomendação que é feita ao governo para que inclua os países nas diferentes categorias, a mais grave das quais é a de "país de particular preocupação” que inclui, para além da China, a Coreia do Norte, a Eritreia, a Birmânia, a República Centro-Africana e vários outros estados onde a liberdade religiosa é muito limitada, ou mesmo inexistente.

No caso da comissão refere-se especificamente a perseguição e os limites à liberdade religiosa impostos aos budistas tibetanos e aos muçulmanos de etnia uigure.

O cristianismo também é perseguido na China, sendo apenas permitido o culto por parte de Igrejas reconhecidas pelo Estado, o que deixa na clandestinidade muitas comunidades protestantes independentes, para além de toda a hierarquia católica que aceita a autoridade do Papa.

Contrariando estas conclusões do relatório de 2015 da comissão, a China insiste que no seu território a liberdade religiosa é "respeitada e protegida".