Emissão Renascença | Ouvir Online

Patriarca. "Cristianismo é hoje a religião mais perseguida em termos globais"

13 abr, 2015

Situação no Médio Oriente e acontecimentos no Quénia preocupam D. Manuel Clemente.

Patriarca. "Cristianismo é hoje a religião mais perseguida em termos globais"

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse esta segunda-feira em Fátima que o cristianismo é a religião mais perseguida em termos globais, alertando para a necessidade de a comunidade internacional despertar para esta "gravíssima situação".

"Acompanhamos os sucessivos apelos do Papa Francisco, para que a comunidade internacional desperte para a gravíssima situação dos cristãos perseguidos em vários países do mundo – o cristianismo é hoje a religião mais perseguida em termos globais –, como continua a acontecer no Próximo Oriente e ainda recentemente aconteceu no Quénia, citando apenas duas de várias situações flagrantes ou latentes", afirmou D. Manuel Clemente.

O cardeal patriarca discursava na sessão de abertura de mais uma assembleia plenária da CEP, a reunião magna dos bispos católicos portugueses, ocasião em que referiu que "as dioceses portuguesas têm compartilhado esta preocupação, com oração e ajudas materiais".

"Assim continuará a suceder, mas é necessário que a sociedade no seu todo mantenha este ponto na sua agenda política e humanitária, pois é duma questão básica e transversal de direitos humanos que realmente se trata", salientou Clemente.

No Domingo de Páscoa, o Papa defendeu que a comunidade internacional deve denunciar e actuar perante os crimes de que são vítimas os cristãos em todo o mundo.

"Desejo que a comunidade internacional não assista muda e inerte a tais crimes inaceitáveis, que constituem uma deriva preocupante dos direitos humanos mais elementares", declarou Francisco perante milhares de pessoas reunidas na praça de São Pedro, em Roma.

Francisco pediu orações, mas também uma "participação concreta" e gestos de ajuda "palpável na defesa e protecção dos irmãos e irmãs perseguidos, exilados, assassinados, decapitados unicamente por serem cristãos".

No Domingo de Ramos, o Papa já tinha apelado para o fim das perseguições e da violência em nome da religião, na sequência do massacre na universidade de Garissa, no Quénia, que provocou 148 mortos.

Na 186.ª assembleia plenária, os bispos retomam o tema da família e analisam o contributo da CEP para o sínodo ordinário, que se realiza em Outubro, em Roma, e deverão aprovar uma nota pastoral sobre a visita da Imagem Peregrina de Fátima às dioceses, em 2015-2016, no âmbito do centenário dos acontecimentos na Cova da Iria.

A análise de uma proposta de modelo de estatutos para os centros sociais paroquiais e outros institutos da Igreja Católica, cuja situação será igualmente objecto de reflexão, e uma proposta de compromisso para as misericórdias, são outros dos assuntos que ocuparão os bispos até quinta-feira.