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Francisco lamenta exclusão dos mais pequenos, impedidos até de nascer

18 mar, 2015 • Ecclesia

Na audiência-geral, no Vaticano, o Papa sublinhou que se pode julgar as sociedades pela forma como tratam as suas crianças.  

Francisco lamenta exclusão dos mais pequenos, impedidos até de nascer
O Papa Francisco afirmou esta quarta-feira, no Vaticano, que a Igreja e a humanidade têm de valorizar sempre o “dom” que as crianças representam, lamentando que a sociedade esteja a ficar “cinzenta” porque as exclui. Francisco sustentou que é possível “julgar a sociedade pela forma como as crianças são tratadas”, afirmando que estas trazem “vida, alegria e esperança”.
O Papa Francisco afirmou esta quarta-feira, no Vaticano, que a Igreja e a humanidade têm de valorizar sempre o “dom” que as crianças representam, lamentando que a sociedade esteja a ficar “cinzenta” porque as exclui.

“Hoje vou centrar-me no grande dom que as crianças são para a humanidade. É verdade e obrigado por aplaudirem, são o grande dom para a humanidade, mas são também as grandes excluídas, porque nem sequer as deixam nascer”, afirmou, perante milhares de pessoas na Praça de São Pedro, que aplaudiram a intervenção.

Francisco sustentou que é possível “julgar a sociedade pela forma como as crianças são tratadas”, afirmando que estas trazem “vida, alegria e esperança”.

“Trazem também, certamente, preocupações e às vezes problemas, mas é melhor uma sociedade com estas preocupações e estes problemas do que uma sociedade triste e cinzenta porque ficou sem crianças”, assinalou.

As crianças, precisou o Papa, ajudam a compreender melhor que o ser humano não pode ser auto-suficiente. “Todos precisamos de ajuda, de amor e de perdão”, referiu.

Francisco observou, por outro lado, que os mais pequenos ajudam todos a ter a consciência de que são sempre “filhos”. “Isto significa que a vida não tem origem em nós mesmos, mas recebemo-la; o grande dom é o primeiro presente que recebemos, a vida. Às vezes corremos o risco de nos esquecermos disto, como se fôssemos nós os senhores da nossa existência, mas pelo contrário somos radicalmente dependentes”, precisou.

O Papa elogiou ainda a clareza das crianças, que sabem dizer o que sentem e o que vêem, “directamente”.

“Muitas vezes colocam os pais em dificuldades: ‘Não gosto disto porque é feio’. À frente de outras pessoas. Mas as crianças dizem o que vêem, não são pessoas duplas. Ainda não aprenderam a ciência do fingimento que nós adultos aprendemos”, sustentou.

A intervenção concluiu-se, como habitualmente, com saudações aos peregrinos de várias nacionalidades, incluindo os lusófonos.

“A todos vos saúdo, com menção particular dos grupos paroquiais de Santa Rita e de São Vicente, desejando que possais viver e crescer na amizade com Deus Pai, deixando que o seu amor sempre vos regenere como filhos e vos reconcilie com Ele e com os irmãos. Desça, sobre vós e vossas famílias, a abundância das suas bênçãos”, disse o Papa.