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Igreja culpa o Governo por mais um massacre de cristãos no Paquistão

16 mar, 2015 • Filipe d’Avillez

O presidente da Conferência Episcopal do Paquistão diz que o Governo não tem sido capaz de garantir a segurança dos cristãos, vítimas frequentes do extremismo islâmico.  

Igreja culpa o Governo por mais um massacre de cristãos no Paquistão
A Igreja Católica no Paquistão responsabiliza o Governo por mais um ataque que matou 14 pessoas e feriu perto de 70, no domingo, na cidade de Lahore.

Numa mensagem enviada à fundação Ajuda à Igreja que Sofre, o arcebispo Joseph Coutts, do Paquistão, diz que parte da culpa de mais este massacre é do primeiro-ministro e do Governo por não terem aplicado uma decisão do Supremo Tribunal paquistanês de 2014, que obriga o Estado a proteger os locais de culto.

As acusações são sublinhadas pela Comissão Nacional de Justiça e Paz no Paquistão, que deu um exemplo prático do problema: “Embora os extremistas tenham reivindicado a responsabilidade pelos dois ataques em Youhanabad, Lahore, a verdade é que os seguranças destacados estavam preocupados a ver um jogo de cricket, em vez de cumprirem o seu dever de proteger as igrejas. Devido a este negligência, muitos cristãos perderam a vida e muitas famílias perderam os seus entes queridos”.

Criticando especificamente o primeiro-ministro Nawaz Sharif, o arcebispo Joseph Coutts, que é presidente da Conferência Episcopal do Paquistão, diz que “este novo acto de terrorismo mostrou, de forma cruel, o quão indefesos estamos devido a esta negligência”.

“Mais uma vez, o Estado não foi capaz de garantir a segurança dos seus cidadãos. Milhões continuam a viver num estado de tensão e medo constante, sem saber o que esperar a seguir”, insiste o arcebispo.

O duplo atentado de domingo atingiu duas igrejas, uma católica e outra da Igreja do Paquistão, da Comunhão Anglicana. Na sequência das bombas, houve protestos populares e duas pessoas terão sido mortas por alegada ligação aos bombistas. Também este facto foi criticado pelo Arcebispo que pediu aos cristãos que se manifestem sempre de forma pacífica.