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Papa quer fazer “tudo o que for possível” para garantir segurança de menores na Igreja

05 fev, 2015 • Filipe d’Avillez

Francisco pede que os bispos estejam disponíveis para se encontrar com vítimas de abusos. “Estes encontros são oportunidades valiosas para ouvir aqueles que tanto sofreram, e pedir-lhes perdão”.

Papa quer fazer “tudo o que for possível” para garantir segurança de menores na Igreja
O Papa Francisco quer fazer tudo o que for possível para garantir a segurança de menores na Igreja e esta quinta-feira enviou uma carta a todos os bispos diocesanos e responsáveis por ordens religiosas, para os incentivar a adoptar normas internas para lidar da melhor maneira com eventuais casos de abusos.

Na carta, Francisco recorda o seu encontro com vítimas de abuso, no Vaticano, dizendo: “Fiquei profundamente emocionado pelo testemunho da profundidade do seu sofrimento e pela força da sua fé. Esta experiência reafirmou a minha convicção de que devemos fazer tudo o que for possível para livrar a Igreja do flagelo do abuso sexual de menores e abrir caminhos para a reconciliação e cura dos que foram abusados”.

Francisco aponta para a criação da Comissão para a Protecção de Menores, pelo Vaticano, que inclui peritos leigos de todo o mundo e pessoas que foram abusadas em criança e que hoje se dedicam a combater este problema, e pede às dioceses que sigam as recomendações e o exemplo desta comissão.

Os bispos e superiores são incentivados também a cumprir as normas emitidas pelo Vaticano em 2011, que incluem a obrigatoriedade de cada conferência episcopal ter um código de conduta interno para casos deste género. Estas normas devem ser periodicamente revistas e aperfeiçoadas e incluem a indicação de colaborar, sempre que isso for possível, com as autoridades civis.

“Não deve ser dada prioridade a qualquer tipo de preocupação, seja de que natureza for, tal como o desejo de evitar escândalos, uma vez que não existe qualquer espaço no sacerdócio para pessoas que abusam menores”, escreve o Papa.

“As famílias precisam de saber que a Igreja está a fazer tudo ao seu alcance para proteger os seus filhos. Devem saber também que têm todo o direito a voltarem-se para a Igreja com toda a confiança, porque é uma casa segura.”

Francisco pede ainda que os sacerdotes e bispos estejam disponíveis para se encontrar com vítimas de abusos e as suas famílias. “Estes encontros são oportunidades valiosas para ouvir aqueles que tanto sofreram, e pedir-lhes perdão”.