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Fome e desemprego favorecem "recrutamento de terroristas"

11 nov, 2014 • Aura Miguel

Dias antes do início da cimeira das 20 economias mais avançadas do mundo, o Papa pede acção aos líderes mundiais. Francisco quer "amplo acordo" que ponha fim à violência no Médio Oriente e que se "eliminem as causas profundas do terrorismo".

Fome e desemprego favorecem "recrutamento de terroristas"

As 20 maiores economias do mundo devem entender-se para "afastar o espectro da recessão global" e "criar oportunidades de emprego estável e digno a favor de todos", escreveu o Papa Francisco numa carta dirigida ao primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott. O país receberá uma cimeira do G20 nos próximos sábado e domingo.

Para isso, escreve o Papa, é preciso "promover investimentos privados, um sistema tributário equitativo, concertar esforços para combater a evasão fiscal e regulamentar o sector financeiro com garantia de honestidade, segurança e transparência".

Francisco recorda aos líderes das 19 maiores economias do mundo e da União Europeia que "por detrás das discussões políticas e técnicas há muitas vidas em jogo", muitos "homens e mulheres que sofrem de fome, desemprego, exclusão social" – situações que "afectam muitos jovens e favorecem o crime e até mesmo o recrutamento de terroristas".

Eliminar "causas profundas" do terrorismo
O Papa pede aos líderes mundiais "um amplo acordo" que ponha fim à violência no Médio Oriente e que se "eliminem as causas profundas do terrorismo" – solução que "não pode ser exclusivamente de natureza militar, mas alargar-se aos que encorajam grupos terroristas com o apoio político, com o comércio ilegal de petróleo ou o fornecimento de armas e tecnologia".

Aliás, diz Francisco, "a situação do Médio Oriente reacendeu o debate sobre a responsabilidade da comunidade internacional em proteger pessoas e povos de ataques extremistas aos direitos humanos e total desprezo pelo direito humanitário".

Por isso, "os Estados membros do G20 devem preocupar-se com a defesa e protecção dos cidadãos de todos os países", conclui o Papa.