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Bispo auxiliar do Porto pede ousadia na comunicação social cristã

25 out, 2014 • Isabel Pacheco

D. João Lavrador e também o Cónego João Aguiar Campos destacam o papel da comunicação de inspiração cristã na recusa do mediático em prol do relevante.

O bispo auxiliar do Porto, D. João Lavrador, pede uma comunicação social cristã ousada. Uma tarefa difícil, reconhece o prelado do Porto que, apesar das dificuldades, mostra-se confiante na missão da imprensa de inspiração cristã:

"Pedir a uma comunicação social de inspiração cristã com a dimensão que tem que é pequena em relação a muitos outros órgão de comunicação social que seja de alguma forma provocador de uma nova forma de estar na comunicação social. É uma ousadia que é pedir ao mais pequeno que provoque aquilo que é grande”.

“Estamos cercados por uma questão da comunicação social onde há grandes grupos económicos e ideológicos que, no fundo, têm preponderância sobre o resto”, alertou D. João Lavrador durante o IX Congresso da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã, que decorreu em Terras de Bouro.

“Peregrinos da relevância”
Por sua vez, o diector do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja, Cónego João Aguiar Campos, lança um desafio: é preciso que o jornalismo "lave o olhar" sobre o mundo.

"O desfio de lavarmos o olhar, alterarmos as nossas agendas, muitas vezes, centradas no 'politiqueiro', que é muito pior, no desportivo, no 'fait diver' e centrar as nossas agendas para vermos aquilo que é verdadeiramente determinante e verdadeiramente relevante”, afirmou.

João Aguiar Campos fala ainda na "urgência" de uma agenda que vá para além do mediático e que dê "voz aos que não têm voz". Os jornalistas têm que ser “peregrinos diários da relevância. Passarmos além daquilo que está a procurar relevância e a colocar-se de bicos de pés".

Este desafio é também uma obrigação para a comunicação de inspiração cristã que deve, sublinha o também presidente do conselho de gerência do grupo r/com, ser próxima e das dificuldades fazer desafios e dos destinatários, interlocutores: "Este jornalismo de proximidade obriga-nos a estar perto daqueles que estão no coração da Igreja. São aqueles que normalmente sofrem as consequências mais evidentes de uma crise, de uma marginalização económica, social e ideológica". 

Durante este congresso, o cónego João Aguiar Campos sublinhou ainda a urgência em comunicar a alegria do Evangelho nos dias e nos meios de hoje.