Papa celebrou missa onde antes era proibido acreditar em Deus
21 set, 2014 • Aura Miguel
Milhares de pessoas estiveram na missa que Francisco celebrou na praça principal de Tirana, entretanto rebaptizada Madre Teresa de Calcutá.
A escolha do local é sugestiva: Francisco celebrou missa na praça principal de Tirana, bem no centro da decisão política albanesa, onde há 25 anos era proibido e anti-constitucional qualquer tipo de manifestação religiosa, depois de um regime oficialmente ateu, que destruiu imensas mesquitas e mais de 1800 igrejas e condenou sem piedade milhares de pessoas só por serem crentes.
Nesta praça recentemente dedicada a Madre Teresa de Calcutá, Francisco exaltou o exemplo desta religiosa albanesa e de tantos mártires que testemunharam heroicamente a sua fé, nos tempos difíceis da perseguição. Chagas que fazem parte da história desta terra de heróis e mártires e que não devem gerar vingança, mas caminhos de amor, liberdade e paz.
Aplausos interromperam várias vezes o Papa, sobretudo quando referiu o muro do cemitério da cidade de Scutari, onde se fuzilavam os católicos.
Mas, para o tempo presente, Francisco também pediu aos jovens para se inspirarem no exemplo dos mártires e dizerem “não” aos novos ídolos do dinheiro, do poder, das drogas e da violência.
O tema da violência, aliás, ocupou grande parte do seu primeiro discurso, às autoridades, quando condenou extremismos e manipulações da religião para alimentar conflitos e actos de violência