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Estado Islâmico obriga 45 mil curdos a refugiar-se na Turquia

20 set, 2014

Ao longo dos últimos dias os militantes do Estado Islâmico ocuparam cerca de 60 aldeias curdas no norte da Síria.

Estado Islâmico obriga 45 mil curdos a refugiar-se na Turquia
Pelo menos 45 mil pessoas, na esmagadora maioria curdos, fugiram da Síria para a Turquia ao longo das últimas horas, perante o avanço de militantes do Estado Islâmico. Também em fuga aos militantes do estado Islamico, chegaram a França, este sábado, 150 iraquianos, a maioria cristãos.
Pelo menos 45 mil pessoas, na esmagadora maioria curdos, fugiram da Síria para a Turquia ao longo das últimas horas, perante o avanço de militantes do Estado Islâmico.

O Governo turco ordenou a abertura da fronteira com a Síria para permitir a passagem das dezenas de milhares de pessoas que procuravam escapar.

Ao longo dos últimos dias cerca de 60 aldeias curdas na região fronteiriça caíram nas mãos dos militantes do Estado Islâmico, que agora ameaçam ocupar a cidade de Ayn al-Arab, ou Kobani, como é conhecido em Curdo, que fica mesmo na fronteira com a Turquia.

Esta é a segunda vez que o Estado Islâmico ameaça esta região. Da primeira as milícias curdas conseguiram repelir o ataque com a ajuda de militantes do Partido dos Trabalhadores Curdos que vieram do lado turco da fronteira para os auxiliar. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos informa que pelo menos 300 militantes curdos passaram a fronteira durante a noite de sexta para sábado para reforçar as milícias que estão a defender a cidade.

Desta vez, porém, o Estado Islâmico conta com um influxo de armamento conquistado no Iraque, o que o torna um adversário muito mais perigoso.

Mesmo assim tem havido resistência ao avanço do EI e segundo a Reuters pelo menos 18 militantes morreram em confrontos com as milícias curdas.

Massoud Barzani, presidente do Curdistão iraquiano, pediu assistência internacional para proteger a cidade de Kobani, dizendo que o Estado Islâmico tem de ser atacado em qualquer ponto em que se encontra. Os Estados Unidos e vários outros países, mais recentemente França, já anunciaram que pretendem lançar ataques contra o grupo, incluindo na Síria, mas não há notícia de ataques às posições dos terroristas na região curda da Síria.

A notícia da entrada em massa de refugiados na Turquia surge no mesmo dia em que Ancara anunciou a libertação de cerca de meia centena de reféns turcos que estavam nas mãos do Estado Islâmico desde a ocupação de Mossul, no Iraque, em Julho, altura em que foram raptados do consulado.

[Notícia actualizada às 11h45]