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Bispo da Guarda alerta para desvalorização do papel das famílias

10 set, 2014 • Ecclesia

Terminou, em Fátima, a XXXVII Semana Bíblica Nacional. D. Manuel Felício espera “um bater de consciência" nas “instituições que governam para que a valorização da família".

O bispo da Guarda, D. Manuel Felício, alerta para o facto de as “linhas sociais” desvalorizarem papel “específico e importante” das famílias na sociedade.

A  sociedade “está a precisar de ser alertada para problemas de fundo, que estão a ser esquecidos”, afirmou D. Manuel Felício, no fecho da XXXVII Semana Bíblica Nacional, que decorreu em Fátima, apontando o exemplo da família.

“O problema da educação, da natalidade, da coesão, da estabilidade em família. É uma mentalidade dominante que procura equiparar a família, este compromisso estável de homem e mulher na vivência do amor e do serviço à vida, com outras formas de ajuntamento, de relação e até de uniões de facto”, afirmou o bispo da Guarda, na apresentação do documento “Desafios da Pastoral Familiar”.

D. Manuel Felício apontou como “primeiro grande desafio” da família a compreensão e vivência do Evangelho, a partir da “tradição bíblica”. Explicou que “é importante que se perceba que as realidades não são iguais” e, por isso, a sociedade “precisa de famílias em que homem e mulher, completando-se mutuamente no esforço de viver o amor e o serviço à vida, vivam intensamente esta estabilidade”.

O prelado está convencido de que vai haver “um bater de consciência" nas “instituições que governam para que a valorização da família” seja uma prioridade.

A organização do trabalho com horários desencontrados, “inclusivamente ao domingo”, é, na opinião de D. Manuel Felício, “uma pressão terrível para as famílias”, que “não têm oportunidade” de se encontrar e “acompanhar as gerações mais novas”.

O bispo da Guarda compreende que a sociedade civil, como a administração pública, os sindicatos ou as associações de empresários, deve “valorizar o domingo” como um tempo para as famílias onde estas têm oportunidade de ser “a escola dos valores e das virtudes sociais”, num serviço que prestam à própria sociedade.

“As escolas não podem ser um campo de treino, têm de ser um espaço para as personalidades se desenvolverem e é isso que temos de pedir à sociedade civil”, sublinhou D. Manuel Felício, sustentando, ainda, que os desafios da família são transversais à sociedade portuguesa, tendo o interior “problemas acrescidos”, pelo fenómeno da migração.

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