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Papa critica bisbilhotice e maledicência, dois “pecados paroquiais”

27 ago, 2014 • Agência Ecclesia

Francisco lamenta que as paróquias, por vezes, sejam marcadas por invejas, ciúmes e antipatias.

Papa critica bisbilhotice e maledicência, dois “pecados paroquiais”
O Papa denunciou, esta quarta-feira, na audiência geral, no Vaticano, os “pecados” que afectam a unidade da Igreja, em cada comunidade católica, afirmando que a bisbilhotice e maledicência são “sinal” do diabo. Francisco deu mesmo o exemplo de uma senhora que conheceu numa diocese. "Nunca falava mal de ninguém (...) podia ser canonizada amanhã”, disse, com um sorriso.

O Papa denunciou, esta quarta-feira, na audiência geral, os “pecados” que afectam a unidade da Igreja, em cada comunidade católica, afirmando que a bisbilhotice e maledicência são “sinal” do diabo.

“A divisão é um dos pecados mais graves numa comunidade cristã, porque a torna sinal, não da obra de Deus, mas da obra do diabo”, alertou perante uma Praça de São Pedro com milhares de pessoas.

Segundo o Papa, o diabo é “aquele que separa, destrói as relações, semeia preconceitos”, enquanto "Deus, pelo contrário, quer que cresçamos na capacidade de nos acolhermos, perdoarmos e amarmos, para nos parecermos cada vez mais com Ele que é comunhão e amor”.

Francisco observou que os pecados contra a unidade não são só “as grandes heresias, os cismas” mas também as “falhas” presentes nas comunidades, que definiu como “pecados paroquiais”.

“Por vezes, as nossas paróquias, chamadas a ser lugar de partilha e de comunhão, são tristemente marcadas por invejas, ciúmes, antipatias”, lamentou.

Deixando de lado o discurso preparado, o Papa perguntou aos presentes se era “bom” haver “bisbilhotice” nas paróquias, por exemplo, quando alguém assume cargos de responsabilidade.

“Isto não é a Igreja, isto não se deve fazer. Não digo que corteis a língua, tanto não, mas pedir ao Senhor a graça de não o fazer. Isto é humano, mas não é cristão”, precisou.

Francisco sustentou que estes “pecados” acontecem quando as pessoas se colocam “em primeiro lugar” e no “centro”, com as suas ambições pessoais, julgando os outros.

O Papa falou ainda nas “divisões” que aconteceram na história da Igreja, com “guerras” entre cristãos, apelando à oração entre cristãos e a um “exame de consciência”.

A catequese desta quarta-feira insere-se num ciclo de conferências sobre a Igreja, “santa, por ser fundada por Jesus Cristo” e “composta por pecadores, que fazem todos os dias a experiência das suas próprias fragilidades e misérias”.

O Papa deixou depois saudações em várias línguas, incluindo aos peregrinos lusófonos: “O Senhor vos encha de alegria e ilumine as decisões da vossa vida, para realizardes fielmente a vontade do Pai celeste a vosso respeito. Rezai por mim. Não vos faltará a minha oração e a bênção de Deus”.