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Patriarca de Lisboa: CPLP pode ajudar à promoção dos direitos humanos na Guiné Equatorial

23 jul, 2014 • Ângela Roque

Em declarações à Renascença, a partir de Luanda, D. Manuel Clemente manifesta a esperança de que a decisão possa servir para reforçar o respeito pelos direitos humanos nesse país e em todos os outros que já integram a comunidade.

O Patriarca de Lisboa manifesta o desejo de que a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) não ponha de lado os seus princípios e aproveite a adesão da Guiné Equatorial para promover os direitos humanos.

Em decalarações à Renascença, a partir de Luanda, onde participa numa reunião de bispos lusófonos, D. Manuel assume desconhecer o que, politicamente, levou a aceitar a entrada da Guiné Equatorial na comunidade, mas manifesta a esperança de que a decisão possa servir para reforçar que respeito pelos direitos humanos nesse país e em todos os outros que já integram a CPLP: "Não estou directamente dentro do assunto, não sei como é que chegaram a essa resolução, mas, uma vez que chegaram, o que eu posso dizer é que seja uma ocasião para que os direitos humanos sejam mais promovidos, na CPLP, em geral, e nesse país, em particular".

Para D. Manuel, se a Guiné Equatorial faz agora parte da organização, esta "também não pode pôr de parte os seus princípios", pelo que a ocasião poderá ser propícia a que "os direitos humanos sejam realmente promovidos nesse país”.

Ne esfera da Igreja, o problema não se põe porque se trata de uma realidade diferente da realidade política. Se um bispo da Guiné Equatorial quisesse participar num encontro de bispos lusófonos, "como membro da Igreja", teria sempre lugar.

Igrejas em diálogo
D. Manuel Clemente está a participar no encontro dos bispos e outros responsáveis episcopais e sociais da CPLP, que pretende estreitar laços e partilhar as experiências de Igreja nos oito países da lusofonia. São reuniões "sempre muito enriquecedoras", diz, também pela componente "humana e do convívio entre bispos de diversos países e continentes”.

O Patriarca de Lisboa lembra que mesmo nos casos onde os Estados “são mais frágeis, rudimentares, onde o que subsiste é a Igreja, são as missões, é a participação católica que tem que atender a todos e a tudo, até pela falta de outras componentes que deviam existir".

"Também é interessante verificar que os bispos desses países, em que a construção do Estado ainda está muito no principio, têm essa preocupação de dar aos católicos o sentido de cidadania activa para a organização desse mesmo Estado, respeitando, está claro, o que é próprio de cada uma das entidades", sublinha D. Manuel Clemente.