Médico despedido na Polónia depois de recusar fazer um aborto
10 jul, 2014 • Filipe d’Avillez
A Igreja Católica diz que a falta de tolerância pela objecção de consciência é um risco não só para os católicos como para todos.
Um médico polaco foi despedido do seu cargo à frente de uma maternidade por se ter recusado a fazer um aborto.
O caso remonta a Abril deste ano quando uma mulher grávida, cujo nascituro tinha sido diagnosticado com graves deficiências na cabeça e no cérebro, pediu para fazer um aborto.
Bogdan Chazan, o director da maternidade, recusou-se a fazê-lo e também não indicou à mulher grávida onde se deveria dirigir para poder abortar. O médico é acusado ainda de não ter aconselhado a sua paciente sobre os prazos legais para poder praticar o aborto.
A mulher, que acabou por dar à luz, queixou-se do médico, que invoca razões de consciência para não colaborar materialmente com qualquer forma de aborto.
A presidente da Câmara de Varsóvia, Hanna Gronkiewicz-Waltz, resolveu por isso despedir o médico.
Já antes, o caso chegou a ser comentado pelo primeiro-ministro, que disse que os médicos que tivessem problemas de consciência em seguir a lei deveriam abandonar a profissão.
Mas a Igreja Católica na Polónia já saiu em defesa de Bogdan Chazan, dizendo que o despedimento é um “precedente perigoso que fere os direitos não só dos católicos, mas de todas as pessoas”.
A Polónia permite abortos até às 24 semanas em caso de malformação. Não é claro porque é que o casal esperou tanto tempo até tomar a sua decisão, nem porque razão não procuraram outro profissional para fazer o aborto.