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Última Ceia de Cristo recorda "serviço, sacrifício, mesquinhez e traição"

26 mai, 2014 • Filipe d’Avillez

Numa missa com os bispos da Terra Santa, o Papa identificou o lugar onde Jesus comeu a última ceia com os seus discípulos, como fonte de amor, bem e caridade.  

Última Ceia de Cristo recorda "serviço, sacrifício, mesquinhez e traição"

O Cenáculo, a sala onde Jesus e os seus discípulos comeram a Última Ceia, após a qual Cristo foi entregue às autoridades e crucificado, serve de recordação para os cristãos, de todo o bem que a Igreja fez, mas também dos pecados que a atormentam desde a sua fundação.

Falando do momento em que Jesus lavou os pés aos seus discípulos, o Papa disse que esse gesto “quer dizer servir o pobre, o doente, o marginalizado”.

Quanto à instituição da Eucaristia, segundo o Papa, “recorda-nos o sacrifício. Em cada celebração eucarística, Jesus oferece-Se por nós ao Pai, para que também nós possamos unir-nos a Ele”.

Mas, disse Francisco aos bispos, o Cenáculo é também um local de contradição, uma vez que dos relatos da Última Ceia transborda ainda a “mesquinhez” e a “traição”.

“Estas atitudes não sucedem só nem sempre aos outros, mas podem suceder a cada um de nós, quando olhamos com desdém o irmão e o julgamos; quando, com os nossos pecados, atraiçoamos Jesus.”

Acima de tudo, concluiu o Papa, numa homilia focada unicamente na mensagem do Evangelho para a Igreja, o Cenáculo é para os cristãos uma fonte: “Quanto amor, quanto bem jorrou do Cenáculo! Quanta caridade saiu daqui como um rio da sua fonte, que, ao princípio, é um ribeiro e depois se alarga e torna grande... Todos os santos beberam daqui; o grande rio da santidade da Igreja, sempre sem cessar, tem origem daqui, do Coração de Cristo, da Eucaristia, do seu Santo Espírito”.

Um abraço e um convite
A homilia desta missa foi a última intervenção pública do Papa nesta sua peregrinação à Terra Santa, que durou três dias. Ao fim do dia desta segunda-feira Francisco parte de Telavive para regressar a Roma.

Como pontos altos desta viagem ficam sem dúvida o encontro com o Patriarca Bartolomeu de Constantinopla, com o compromisso mútuo de aprofundar o diálogo ecuménico, e ainda o convite inédito feito aos presidentes de Israel e da Autoridade Palestiniana, para participarem numa jornada de oração pela paz, no Vaticano.

A viagem de Francisco começou no sábado, na Jordânia, onde foi recebido pelo Rei, que o definiu como “a consciência para o mundo inteiro”.