Tempo
|

Embaixador argentino espera viagem histórica do Papa à Terra Santa

24 mai, 2014

Jorge Arguello lembra ligação entre Francisco e o responsável pela comunidade judaica de Buenos Aires, que o vai acompanhar na visita que começa este sábado.

Embaixador argentino espera viagem histórica do Papa à Terra Santa

O embaixador da Argentina em Portugal acredita que a visita do Papa à Terra Santa será uma viagem histórica.

Em entrevista à Renascença, Jorge Arguello fala do actual Papa, que conhece muito bem. Durante os anos em que foi deputado reuniu-se com Jorge Bergoglio pelo menos uma vez por mês.

Conhece também o responsável pela comunidade judaica de Buenos Aires que vai acompanhar o Papa e acredita que será uma grande ajuda para o objectivo final da viagem.

"O rabino Abraham Skorka, que também conheço muito bem, é um amigo do Papa. Mas, não viaja por ser amigo, viaja por ser o principal responsável pela comunidade judaica na Argentina. Talvez a Argentina seja o país da América Latina com a maior comunidade judaica. Skorka trabalhou com Bergoglio, com Francisco, durante muito tempo. Escreveram juntos um livro sobre o diálogo inter-religioso, tiveram um programa de televisão", diz.

Pode ser uma boa ajuda para o Papa o rabino Skorka ir nesta viagem? "Creio que vai ser uma ajuda importante e fundamentalmente que vai permitir ao Papa demonstrar fortemente esta ideia de aprofundar o diálogo entre as diferentes religiões".

Arguello destaca também que o Papa Francisco "convocou ainda para que viaje com ele e com Skorka o principal responsável pela comunidade islâmica na Argentina, que é também uma comunidade muito importante" e que tem "muito peso" na Argentina. "De tal forma que Francisco vai chegar à cidade de Jerusalém, três vezes Santa, como se sabe, acompanhado por dois dos principais lideres religiosos monoteístas da Argentina."

O embaixador diz que a Argentina é uma referência em termos de acolhimento e integração de várias culturas e religiões. Acredita, por isso, que o objectivo do Papa ao levar consigo estes dois líderes religiosos é provar, com os seus exemplos, que o diálogo e a convivência pacífica entre as três religiões monoteístas não é uma utopia. É possível: acontece em Buenos Aires.