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Muçulmanos e cristãos tentam impedir eleição de Modi

22 abr, 2014

O candidato do BJP, o partido nacionalista hindu, é acusado de ter alimentado a violência interconfessional quando era governador de Gujarat.

Muçulmanos e cristãos tentam impedir eleição de Modi
As comunidades muçulmanas e cristãs da Índia estão preocupadas com a possibilidade de Narendra Modi poder tornar-se primeiro-ministro do país, naquelas que são as maiores eleições democráticas do mundo.

Narendra Modi é o candidato do BJP, o partido nacionalista hindu, e há vários anos que é acusado de ter sido cúmplice e instigador de episódios graves de violência interconfessional, sobretudo quando era governador do estado de Gujarat.

Apesar de os hindus serem uma maioria significativa da população da Índia, o país tem também uma das maiores comunidades islâmicas do mundo e ainda uma minoria cristã que, em partes do país, é significativa.

Recentemente o imã da Grande Mesquita de Nova Deli apelou aos muçulmanos para votarem no Partido do Congresso, evitando assim a ascensão de Modi. Também este mês um grupo cristão ecuménico apelou aos fiéis para evitarem votar no BJP.

O partido nacionalista hindu é visto com desconfiança por muitos eleitores, pelas suas posições contra outras religiões. Em muitos estados onde domina, o BJP aprovou leis anticonversão, que tornam ilegal a conversão de hindus a outras religiões. Os militantes hindus alegam que as igrejas cristãs utilizam métodos desonestos para converter hindus de casta baixa, prometendo ascensão social e libertação em relação ao sistema de castas.

Modi, em Particular, é acusado por alguns de ter instigado a violência antimuçulmana que eclodiu em Gujarat em 2002. Depois de um incêndio num comboio que transportava peregrinos hindus começou um boato de que o fogo tinha sido posto por um muçulmano, levando a represálias que fizeram centenas de mortos entre a comunidade islâmica.

Contudo, as sondagens revelam que, geralmente, os muçulmanos, que compõem 13% da população da Índia, não costumam votar segundo os interesses da sua religião, mas sim nos candidatos que acreditam que lhes serão pessoalmente mais favoráveis. Mesmo em Gujarat, 40% dos muçulmanos admitem ter votado em Modi, apesar do seu passado.

Devido ao tamanho e à população da Índia, o seu processo eleitoral decorre ao longo de vários dias. Os votos começaram no dia 7 de Abril e apenas terminam a 12 de Maio.