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Na cruz vemos a “imensidade da misericórdia de Deus”

18 abr, 2014 • Aura Miguel

Via Sacra em Roma deixou críticas às chagas da sociedade actual e o Papa Francisco falou da imensa misericórdia de Deus.

Na cruz vemos a “imensidade da misericórdia de Deus”
Os dramas de hoje acompanharam as 14 estações a partir de exemplos concretos: acusações fáceis e superficiais, exclusão racista, caluniados e acusados atirados para a primeira página e declarados inocentes que acabam na última. Uma via sacra escrita este ano por um bispo da Calábria, voz corajosa na denuncia contra a máfia siciliana e que também não esqueceu as vítimas de imundíces e abusos, nem os perseguidos, os moribundos e doentes terminais, bem como os que gritam: “não aguento mais".

A misericórdia de Deus responde à monstruosidade do Homem, disse o Papa no final da Via Sacra em Roma. Francisco falou, ao contrário do que tinha sido admitido, para evocar o Bem e o Mal sob o signo da Cruz.

“Na Cruz vemos a monstruosidade do homem quando se deixa guiar pelo mal, mas vemos também a imensidade da misericórdia de Deus que não nos trata segundo os nossos pecados, mas segundo a Sua misericórdia. Diante da Cruz de Jesus, vemos – quase ao ponto de tocar com as mãos – o quanto somos amados eternamente”, disse o Sumo Pontífice.

As palavras do Papa Francisco culminaram uma Via Sacra, no Coliseu de Roma, onde foram evocadas situações extremas do mundo de hoje.

Os dramas de hoje acompanharam as 14 estações a partir de exemplos concretos: acusações fáceis e superficiais, exclusão racista, caluniados e gente acusada atirada para a primeira página e declarada inocente que acaba na última.

Quando Jesus carrega a cruz assume o peso das injustiças provocadas pela crise económica: desemprego, precariedade, especulação financeira, suicídios de empresários, corrupção e empresas que deixam os países.

Uma cruz pesada que não esquece os imigrantes, os que pedem asilo, dignidade e pátria, que inclui também os torturados, os presos em condições desumanas, as vítimas da burocracia absurda e a lentidão da justiça, as mulheres escravizadas pelo medo e exploradas.

Uma via-sacra escrita este ano por um bispo da Calábria, Giancarlo Bregantini, voz corajosa na denúncia contra a máfia siciliana e que também não esqueceu as vítimas de imundícies e abusos injustamente cobertos, nem os perseguidos, os moribundos e doentes terminais, bem como os que gritam, “Não aguento mais!”, porque – justamente na Cruz - Deus responde, consola e salva e é na provação que, graças ao Seu amor, seremos mais que vencedores.