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Papa pede conversão de mafiosos "para não acabarem no inferno"

21 mar, 2014 • Aura Miguel

Um dos familiares pediu ao Papa para olhar nos olhos de cada um e ver a dor de terem perdido um pai, ou um filho, um marido, mulher, irmã ou irmão, todos eles vítimas inocentes mortos pela Máfia.  

Papa pede conversão de mafiosos "para não acabarem no inferno"
O Papa Francisco pediu esta sexta-feira, de joelhos, a conversão dos criminosos ligados à Máfia. O Papa quis associar-se ao dia em que os italianos assinalam a memória das vítimas da Máfia, e encontrou-se com as cerca de 15 mil pessoas que nos últimos anos perderam familiares vítimas inocentes do crime organizado. No final do encontro Francisco deixou uma mensagem aos grandes ausentes, os próprios dos mafiosos.
O Papa pediu esta sexta-feira, de joelhos, a conversão dos criminosos ligados à Máfia. Francisco quis associar-se ao dia em que os italianos assinalam a memória das vítimas da Máfia, e encontrou-se com as cerca de 15 mil pessoas que nos últimos anos perderam familiares vítimas inocentes do crime organizado.

No final do encontro Francisco deixou uma mensagem aos grandes ausentes, os próprios dos mafiosos.

“Não posso terminar sem dirigir uma palavra aos grandes ausentes hoje, aos homens e mulheres mafiosos. Por favor, mudem de vida! Convertam-se! Parem de fazer o mal! Convertam-se! Peço-vos de joelhos! É para o vosso bem!”.

O poder, o dinheiro que agora têm, proveniente de tantos negócios sujos e crimes, são dinheiro e poder ensanguentados e não os poderão levar para a outra vida. Convertam-se! Ainda vão a tempo, para não acabarem no inferno”, suplicou Francisco.

Tratou-se de um encontro muito emotivo, com a leitura em voz alta dos nomes e apelidos das vítimas feita por alguns dos familiares, neste dia da memória das vítimas da máfia.

Um dos familiares, em nome dos presentes, pediu ao Papa para olhar nos olhos de cada um e ver a dor de terem perdido um pai, ou um filho, um marido, mulher, irmã ou irmão, todos eles vítimas inocentes mortos pela Máfia.

Muitas das vítimas são magistrados, agentes de polícia, dezenas de sacerdotes, jornalistas ou simplesmente cidadãos que tiveram a coragem de não alinhar com o crime organizado.

Francisco, sentado, ouviu, com ar sério e semi-curvado a imensa lista cuja simples leitura dos nomes durou quase uma hora.