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Um Panteão com um simples altar e 11 túmulos

13 mar, 2014 • José Carlos Silva

O Panteão dos Patriarcas, onde D. José Policarpo será sepultado, é "uma criação do século XX".

Um Panteão com um simples altar e 11 túmulos

O 11.º túmulo, imediatamente à esquerda de quem entra no Panteão dos Patriarcas. Ali será sepultado, sexta-feira, o Patriarca Emérito D. José Policarpo, que morreu quarta-feira.

O Panteão dos Patriarcas fica no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa, entregue no século XX ao Patriarcado de Lisboa. O mosteiro é uma edificação gigantesca. D. Afonso Henriques prometeu construí-lo se conquistasse a cidade de Lisboa.

A sala que hoje serve de Panteão dos Patriarcas só o é desde o século passado. Antes, foi utilizada como sala para reuniões regulares dos cónegos. “O Panteão é uma criação do século XX”, confirma Alexandre Salgueiro, do Patriarcado de Lisboa, à Renascença, numa visita ao espaço.

“Ocupa hoje em dia o espaço que era ocupado pela Sala do Capítulo, um dos espaços mais emblemáticos do Mosteiro de São Vicente de Fora, na qual se reuniam os cónegos grandes de Santo Agostinho nas reuniões magnas do mosteiro”, explica.

Um simples altar de pedra
Ao contrário de inúmeros espaços no mosteiro, o Panteão é despido de azulejos. Trata-se de uma sala rectangular com um simples altar de pedra num dos topos encimado por uma cruz. A entrada faz-se por uma das laterais.

O exército chegou a utilizar o espaço para um fim bem diferente do actual. Depois de ser a Sala do Capítulo, conta Alexandre Salgueiro, “chegou a ser o depósito de papel do exército. Só depois o espaço ficou vazio e foi adaptado a Panteão dos Patriarcas”.

O Panteão dos Patriarcas tem onze túmulos dispostos em redor das paredes da sala. O túmulo de D. Carlos da Cunha e Meneses, falecido em 1825, é o mais antigo. No sentido inverso ao dos ponteiros do relógio, estão dispostos os restantes túmulos.

O penúltimo é o do Cardeal António Ribeiro, falecido em 1998. O último é de D. José Policarpo.