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Freiras sírias libertadas depois de três meses

10 mar, 2014

Há ainda várias personalidades cristãs em cativeiro, incluindo dois bispos ortodoxos de Aleppo e alguns padres, incluindo um sacerdote jesuíta italiano.

Freiras sírias libertadas depois de três meses
Treze freiras sírias, juntamente com três assistentes, foram libertadas esta manhã depois de três meses em cativeiro.

As mulheres foram raptadas do mosteiro ortodoxo de Santa Tecla, na vila cristã de Maaloula, nos arredores de Damasco, por militantes da Frente Al-Nusra, uma das muitas facções islamitas que combate contra o Governo de Bashar al-Assad.

Depois de uma negociação complexa as irmãs acabaram por ser entregues num posto fronteiriço no Líbano. As freiras, visivelmente felizes com a sua libertação, já regressaram a Damasco. A madre superiora do convento, que estava entre as raptadas, garante que nenhuma das mulheres foi maltratada, que puderam sempre usar os seus símbolos religiosos e que estiveram alojadas, durante o seu cativeiro, na casa de um cristão influente na cidade de Yabroud.

O cristão, um homem de negócios chamado George Haswani, confirma que as freiras estiveram na sua casa.

A televisão estatal síria está a apresentar a libertação como uma grande vitória do Governo, sem referir qualquer contrapartida. Contudo, a “BBC” avança que foram libertadas cerca de 150 pessoas detidas pelo Governo. Há ainda informação que o Qatar terá pago um resgate de vários milhões de euros, embora o número certo não tenha sido confirmado.

O envolvimento do Qatar, segundo um padre sírio citado pelo “New York Times”, poderá ser uma forma deste país limpar a sua imagem, depois de um conflito político regional que levou vários países árabes a retirar os seus embaixadores.

O conflito na Síria, que dura há cerca de três anos, tem causado centenas de milhares de mortos e milhões de deslocados. A guerra-civil tem ganho contornos cada vez mais sectários, com os cristãos e outras minorias religiosas a sofrerem fortes perseguições.

A libertação das freiras é uma excelente notícia para os cristãos, mas há ainda várias personalidades cristãs em cativeiro, incluindo dois bispos ortodoxos de Aleppo e alguns padres, incluindo um sacerdote jesuíta italiano.