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Saiba quem é que compõe o Conselho Económico do Vaticano

08 mar, 2014 • Filipe d’Avillez

O Papa nomeou este sábado os oito cardeais e sete peritos leigos que vão ajudar o cardeal Pell a governar as finanças da Santa Sé.  

Saiba quem é que compõe o Conselho Económico do Vaticano
Os 15 membros do Conselho Económico do Vaticano, cuja criação foi anunciada no passado dia 24 de Fevereiro, foram hoje nomeados oficialmente.

Tal como tinha sido indicado na altura, o conselho é composto por oito cardeais e sete peritos leigos. Apesar de recentes indicações por parte da Santa Sé de que é necessário incluir mais mulheres em lugares de decisão na Santa Sé, todos os membros do conselho são homens.

O conselho terá a responsabilidade de ajudar o cardeal australiano George Pell a governar toda a parte económica e financeira do Vaticano. Pell, que faz parte do outro grupo oito cardeais nomeados para aconselhar o Papa na reforma das estruturas da Santa Sé, assume assim o cargo equivalente a ministro da economia da Santa Sé.

O coordenador do Conselho é o cardeal alemão Reinhard Marx, que também faz parte do grupo de oito cardeais, juntamente com George Pell. Os outros sete cardeais deste conselho económico representam diversas partes do mundo, com Jean Luis Cipriani Thorne, do Perú; Daniel DiNardo, dos Estados Unidos; Wilfrid Fox Napier, da África do Sul; Jean-Pierre Ricard, de França; Norberto Carrera, do México; John Tong Hon, de Hong Kong e Agostino Vallini, de Itália.

É de realçar que todos os cardeais são bispos diocesanos e não membros da cúria romana. A única excepção é Vallini, que é vigário-geral do Papa para a diocese de Roma. Na prática, contudo, isso significa que ele se ocupa do governo da diocese em nome do Papa, que é o bispo de Roma, pelo que também tem experiência pastoral directa.

Subliha-se também que à excepção de Marx e DiNardo, os outros seis cardeais transitam de um anterior concelho de 15 cardeais que se ocupavam das questões organizacionais e económicas do Vaticano, onde colaboravam directamente com o Cardeal Pell, pelo que têm já alguma experiência nesta área.

Quanto aos sete peritos leigos, representam também várias regiões do mundo e todos contam com larga experiência em assuntos económicos e financeiros e ainda, segundo a biografia publicada pela Santa Sé, com uma forte ligação à Igreja. Muitos eram já membros da Comissão para a reforma das estruturas administrativas da Santa Sé.

Joseph Zahra é maltês, ex-director do Banco Central, e especializado em consultoria para melhorar o desempenho de empresas; Jean-Baptiste de Franssu é francês, tem experiência na Comissão Europeia e trabalhou em vários grupos financeiros; John F. Kyle é cidadão dos Estados Unidos e do Canadá e trabalhou mais de três décadas numa empresa petrolífera do Canadá, tendo colaborado também muito com órgãos diocesanos naquele país, tanto no ramo das finanças como da bioética; o espanhol Enrique Llano Cueto é economista na Universidade de Madrid, especializado em consultoria de pequenas e médias empresas; Jochen Messemer é alemão e ex-parceiro da consultora McKinsey e tem anos de experiência a colaborar com a Igreja alemã em matéria de consultoria financeira; Francesco Vermiglio é italiano e professor de administração de negócios na universidade de Messina; por fim, George Yeo, da Singapura, tem anos de experiência tanto nas Forças Armadas do seu país como no Governo, tendo sido ministro de Estado para as Finanças.

Com este conselho de 15 cardeais e peritos a auxiliar o Cardeal Pell, o Vaticano espera não só centralizar todas as operações logísticas, económicas e financeiras da Santa Sé, como também acabar com a má reputação de que gozam as finanças da sede da Igreja Católica, abaladas nos últimos anos por escândalos de despesismo, corrupção e lavagem de dinheiro.