Cardeal ganês critica lei anti-homossexual do Uganda
04 mar, 2014
O Núncio Apostólico falou da sua preocupação pela lei, que prevê prisão perpétua para reincidentes, e disse que a hierarquia tinha sido apanhada de surpresa pela sua aprovação.
O Cardeal Peter Turkson, do Gana, criticou duramente a recente lei anti-homossexual do Uganda, que inclui a possibilidade de prisão perpétua para pessoas apanhadas a cometer actos homossexuais.
Segundo o cardeal Ganês, que actualmente preside ao Conselho Pontifício para a Justiça e Paz, os homossexuais “não são criminosos, que mereçam ser presos para toda a vida”.
A lei ugandesa tem sido fortemente criticada pelos países ocidentais e pode ser considerada uma reacção à abertura do ocidente à homossexualidade. Outros países, africanos, como a Nigéria, aprovaram recentemente leis parecidas e em muitas partes do mundo a actividade homossexual continua a ser crime.
As reacções das igrejas locais têm sido mistas. Na Índia a conferência episcopal criticou severamente uma lei que penalizava actos homossexuais, dizendo: “A Igreja católica não se opõe à descriminalização da homossexualidade, porque nunca considerou que os homossexuais são criminosos. Enquanto cristãos expressamos o nosso mais profundo respeito pelos homossexuais. A Igreja Católica opõe-se à legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas ensina que os homossexuais têm a mesma dignidade que qualquer ser humano e condenamos todas as formas de descriminação injusta, assédio ou abusos”.
Mas na Nigéria, por exemplo, o presidente da Conferência Episcopal louvou o presidente Goodluck Jonathan quando este promulgou uma lei que castiga os actos homossexuais com penas de prisão que podem chegar aos 14 anos.
Mesmo no Uganda, cuja lei é das mais severas, o Núncio Apostólico falou da sua preocupação pela lei e disse que a hierarquia tinha sido apanhada de surpresa pela sua aprovação.