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Vaticano confirma que Bento XVI expulsou 400 padres por abusos a menores

17 jan, 2014

Notícia foi avançada pela agência Associated Press. Dados dizem respeito aos anos de 2011 e 2012.

Apesar de ter divulgado um comunicado a desmentir a notícia da Associated Press, a Santa Sé veio esta sexta-feira à noite confirmar que Bento XVI expulsou 400 padres do sacerdócio em 2011 e 2012 por abusos a menores.

Os dados que a agência Associated Press revelou dizem respeito aos anos de 2011 e 2012 e terão sido coligidos no âmbito da sessão de quinta-feira, em Genebra, em que um representante da Santa Sé teve de responder perante uma comissão das Nações Unidas, dando conta do que a Igreja tem feito para combater os abusos sexuais sobre menores no seio da Igreja.

Durante a sessão o arcebispo maltês Charles Scicluna defendeu que a Santa Sé não pode ser responsabilizada por más-práticas nas dioceses e paróquias individuais, explicou o que tem sido feito para melhorar a conduta quando existem suspeitas de abusos e reafirmou que houve erros e que é preciso melhorar a resposta a estas situações.

No início desta noite, numa nota assinada pelo director da sala de imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, sugere-se que a agência internacional terá lido erradamente um relatório: “Informação difundida esta noite pela Associated Press parece basear-se numa leitura incorrecta de dados publicados no volume ‘Actividades da Santa Sé 2011’, onde se refere a actividade do gabinete disciplinar da Congregação para a Doutrina da Fé (p.466).”

Mais tarde, o padre Federico Lombardi disse ao "National Catholic Reporter", que os dados avançados pela agência Associated Press estavam correctos.

Bento XVI tomou muitas medidas neste sentido, incluindo alterações na forma como os processos de laicização de sacerdotes abusadores são tratados, permitindo a sua aceleração. Segundo a teologia católica, um sacerdote nunca deixa de o ser, mas a laicização impede-o de exercer qualquer função de padre.

Esta é a primeira vez que são conhecidos números reais a este respeito e confirmam o esforço feito durante o pontificado de Bento XVI para reformar a actuação da Igreja nesta área.