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Cardinalato “não é uma promoção nem uma honra"

13 jan, 2014 • Filipe d’Avillez

Francisco escreveu aos novos cardeais a pedir-lhes que quaisquer celebrações pela nomeação ontem anunciada sejam humildes e num “espírito evangélico de austeridade”.

Cardinalato “não é uma promoção nem uma honra"
A elevação ao cardinalato não deve ser entendido como uma promoção ou uma honra, alerta o Papa Francisco.

Numa carta endereçada aos novos cardeais, e divulgada no site italiano “Vatican Insider”, Francisco saúda aqueles que vão ser elevados no consistório de Fevereiro, mas deixa o aviso: “O cardinalato não significa uma promoção, nem uma honra, nem uma condecoração; é simplesmente um serviço que exige alargar a vista e o coração.”

O objectivo desta nomeação, explica o Papa, passa por ajudá-lo “com fraterna eficácia” no seu serviço à Igreja Universal.

O Santo Padre diz que é natural que os novos cardeais se alegrem com a sua nomeação, mas pede-lhes recato e humildade nas eventuais celebrações: “Peço-vos, por favor, que recebam esta nomeação com um coração simples e humilde. E embora o devam fazer com gaudio e alegria, façam-no de modo a que este sentimento esteja longe de qualquer expressão de mundanidade, de qualquer festejo estranho ao espírito evangélico de austeridade, sobriedade e pobreza”.

O Papa termina assegurando os novos cardeais da sua proximidade e das suas orações, pedindo que façam o mesmo por ele.

Francisco anunciou no passado domingo a nomeação de 19 cardeais, três dos quais acima dos 80 anos, e por isso não-eleitores. Entre elas não constam alguns nomes que teriam razões para esperar serem feitos cardeais, incluindo o Patriarca de Veneza e o arcebispo de Bruxelas.

Existe ainda uma bula que compromete o Papa a elevar o Patriarca de Lisboa ao cardinalato no consistório seguinte à sua nomeação para o cargo, e que foi ignorado pela primeira vez este ano.