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“Convite para boleia no papamóvel destina-se a todo o mundo”

09 jan, 2014

O sacerdote argentino que andou de boleia com o Papa Francisco, na quarta-feira, interpreta o gesto como um desafio aos padres para estarem próximos do povo.

“Convite para boleia no papamóvel destina-se a todo o mundo”
Entre 50 mil pessoas, Francisco reconhece um amigo: um padre argentino da sua antiga diocese, a de Buenos Aires. Chama-o até si e convida-o a subir para o Papamóvel. E comenta: "esta imagem vai correr mundo". O padre Baez sorri, surpreendido e acaba, mais tarde, por comentar no twitter: "Vou alterar a minha biografia. O pobre padre que andou de Papamóvel com o PapaFrancisco". Baez ainda teve direito a um lugar especial durante a audiência geral e a conversar com Francisco no final.
A maior parte do mundo católico adormeceu na terça-feira à noite sem saber quem é o padre Fabian Baez, mas à hora de almoço de quarta já se tinha tornado uma celebridade, tudo porque apanhou uma boleia com o Papa.

Mas o sacerdote de Buenos Aires, que estava em Roma motivado pela vontade de ver o seu antigo bispo, considera que o gesto do Papa Francisco é mais abrangente do que apenas querer estar perto de um velho amigo.

“Quando ele me convidou, convidou todos os padres para estarem próximos do povo e convidou todo o povo a levantar-se, a erguer-se e caminhar, a elevar os seus corações e as suas vidas ao Senhor”.

A história da boleia é ainda mais caricata porque o sacerdote tinha ido à audiência geral sem bilhete para entrar, e estava por isso a uma considerável distância da maioria da multidão, do outro lado das barreiras de segurança. Mas ainda assim conseguiu chamar a atenção do Papa quando este ia a passar no papamóvel, e Francisco não hesitou em chamá-lo.

O padre Fabian conseguiu então correr por entre as pessoas, pelo meio das barreiras e das forças de segurança e abordo do Papamóvel, fazendo o resto do caminho bem perto do seu antigo bispo, sobre quem só tem elogios.

“É um excelente sacerdote. Seja bispo ou Papa, é antes de mais um sacerdote. Mostrou-nos como sermos bons padres, como cuidar das pessoas, a sermos pastores com o cheiro das ovelhas”, afirma, em declarações à “Catholic News Service”, um órgão da Conferência Episcopal Americana.

“Eu não o via desde que foi eleito Papa e queria muito estar com ele e dar-lhe um abraço”, confessa ainda o pároco argentino que viu, assim, concretizado o seu sonho.