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Líderes cristãos tentam evitar aumento da violência no Sudão do Sul

19 dez, 2013

Responsáveis de várias confissões cristãs insistem que a violência não deve ser caracterizada como sendo tribal, sob pena de começar uma guerra civil.

Líderes cristãos tentam evitar aumento da violência no Sudão do Sul
Os líderes de várias confissões cristãs no Sudão do Sul publicaram uma carta conjunta na qual apelam à paz naquele país.

A capital do Sudão do Sul e a cidade próxima de Bor têm sido palco de violência com alguns relatos a dar conta de centenas de mortos. A situação deve-se a divergências entre diferentes facções do Movimento de Libertação Popular do Sudão (MLPS), que governa o país desde que conseguiu vencer uma guerra de secessão com o Sudão. 

Vários relatos que chegam daquele país, contudo, dão a ideia de que a violência está também a ter contornos étnicos, entre as duas principais tribos, os Dinka e os Nuer.

Mas esta caracterização deve ser evitada a todo o custo, avisam os líderes religiosos: “Aquilo que aconteceu não deve ser caracterizado como um conflito étnico, nem como sendo entre as comunidades Dinka e Nuer. Estamos perante diferenças no seio do MLPS, entre líderes políticos da República do Sudão do Sul”.

“Pedimos por isso aos líderes das duas comunidades que não aceitem que este conflito é entre as duas tribos”, dizem ainda.

No entanto, na mesma carta, os representantes de várias confissões cristãs confirmam as razões para preocupação. “Preocupam-nos os relatos de abusos, assédio e assassinatos de cidadãos comuns com base na sua filiação étnica. Soldados estão a pedir aos civis que se identifiquem pelas suas tribos e nós não podemos aceitar sermos identificados por filiação tribal, uma vez que somos todos sudaneses do Sul. Condenamos estes actos de abuso e esperamos que não se percam mais vidas”.

Os líderes da Igreja Católica no Sudão do Sul não subscrevem esta carta, mas também já condenaram a violência e ofereceram-se para moderar o conflito e ajudar a encontrar uma solução pacífica.