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Diplomatas americanos criticam mudança de embaixada na Santa Sé

27 nov, 2013

Trata-se de um “grande rebaixamento”, que transforma a embaixada à Santa Sé numa “enteada” da embaixada a Itália, considera James Nicholson, que representou Washington no Vaticano entre 2001 e 2005.

Os Estados Unidos anunciaram a mudança da sua embaixada junto da Santa Sé para o mesmo edifício que a embaixada para a Itália.

A mudança permitirá ao pessoal diplomático ganhar alguns metros, aproximando-se do Vaticano e ainda poupar cerca de um milhão de euros por ano.

O Vaticano não permite a acumulação de pastas, ou seja, um diplomata não pode representar o seu país junto de Itália e do Vaticano em simultâneo. Esta é uma forma de realçar o estatuto de Estado independente e soberano por parte da Santa Sé. A Igreja também vê com maus olhos o funcionamento das embaixadas no mesmo edifício, mas neste caso não houve ainda nenhuma reacção formal.

As missões diplomáticas americanas, a funcionar no mesmo edifício, continuarão a ser independentes e, realçou Washington, as duas representações terão entradas diferentes no prédio. O número de efectivos também não será reduzido. Neste momento existem 63 funcionários americanos na embaixada em Itália e sete na embaixada junto da Santa Sé.

Mas ainda assim, a mudança está a ser duramente criticada por antigos embaixadores americanos.

James Nicholson, que representou Washington no Vaticano entre 2001 e 2005, considera que se trata de um “grande rebaixamento”, que transforma a embaixada à Santa Sé numa “enteada” da embaixada a Itália.

Esta é uma das mais significativas mudanças diplomáticas no Vaticano desde que a República da Irlanda optou por fechar a sua embaixada junto da Santa Sé, em Novembro de 2011. Desde então o embaixador irlandês reside na Irlanda. A medida foi vista como um tremendo golpe nas relações diplomáticas entre os dois estados.