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Papa recorda Filipinas e “Noite de Cristal”

10 nov, 2013 • Filipe d’Avillez

Na catequese deste Angelus Francisco abordou o tema da ressurreição, realçando que através dos sacramentos os cristãos já podem antever a vida eterna.  

O Papa Francisco recordou este domingo, de forma especial, a população das Filipinas, duramente atingida por um poderosíssimo tufão, que poderá ter feito até 10 mil mortos só durante a noite de sábado para domingo.

“Quero assegurar a população das Filipinas, e das regiões que foram atingidas pelo tremendo tufão, da minha proximidade. Infelizmente as vítimas são muitas e os danos são enormes. Rezemos por estes nossos irmãos e irmãs, e tentemos fazer-lhes chegar também ajuda material”, disse o Papa, já depois da oração do Angelus.

O Papa lembrou também que este domingo se assinala os 75 anos da “Noite de Cristal”, na Alemanha, durante a qual centenas de judeus foram mortos e presos, e viram as suas propriedades destruídas, numa antevisão do que seria o holocausto.

“A violência dessa noite de 9 a 10 de Novembro 1938 contra os judeus, as sinagogas, as casas e negócios representaram um triste passo em direcção à tragédia da Shoah”, disse o Papa, utilizando o termo preferido pelos judeus para o holocausto.

“Renovemos a nossa proximidade e solidariedade para com o povo judeu, os nossos irmãos mais velhos, e rezemos a Deus para que a memória do passado nos ajude a estar sempre vigilantes contra todas as formas de ódio e intolerância.”

Antevisão da vida eterna
Durante a sua catequese, Francisco reflectiu sobre a passagem do Evangelho para este domingo, em que os saduceus, a classe sacerdotal, questiona Jesus sobre a ressurreição, esperando expor o ridículo dessa posição.

Jesus responde recordando que o Senhor se autodenominou “Deus de Abraão, Isaac e Jacob”, quando se apresentou a Moisés, e afirma que Ele não é Deus dos mortos, mas dos vivos. “É o nosso Deus, o meu Deus, o vosso Deus. Podia ter usado os nossos nomes também”, explica o Papa, realçando a ideia de que o Cristianismo professa a crença num Deus pessoal e não abstracto.

Para o Papa, o “elo decisivo” no entendimento da vida depois da morte é Jesus: “Ele mesmo é a Aliança, Ele é a Vida e a Ressurreição, porque com o seu amor crucificado venceu a morte. Em Jesus Deus dá a vida eterna, dá-a a todos e todos, graças a Ele, têm a esperança de uma vida mais verdadeira que esta.”

Contudo, os cristãos não precisam de esperar pela morte terrena para experimentarem a vida eterna, explica Francisco: “Já nesta terra, na oração, nos sacramentos, na fraternidade, encontramos Jesus e o seu amor e aí podemos antever alguma coisa da vida da ressurreição”.