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Bispo de Angra quer manter vivo o “pão por Deus”

01 nov, 2013 • Angela Roque

D. António Sousa Braga diz que a tradição do “pão por Deus” sempre foi forte no arquipélago: “É uma expressão muito bonita de partilha, de gratuitidade, convivência entre as pessoas.”  

Bispo de Angra quer manter vivo o “pão por Deus”
Antonio Acores Açores
Nos Açores o Bispo de Angra relembrou há dias a importância do Dia de Todos-os-Santos.

Numa Nota Pastoral à diocese, D. António de Sousa Braga apelou à cooperação das paróquias e das escolas para manter viva a tradição do “pão por Deus”, contrariando a do Halloween.

O Bispo de Angra sabe que a tarefa não é fácil, o país importou o Halloween, uma tradição que não é sua, mas que o comércio também alimenta: “Há uma promoção comercial muito grande. Mas nós hoje vivemos numa aldeia global, portanto os Açores não são nenhuma reserva. Eu estou há 17 anos como Bispo na diocese de Angra e vejo que vai aumentando sempre mais a força e a implantação do Halloween. Não tem referência religiosa, não tem aquela raiz cristã como a tradição do ‘Pão por Deus’”.

Natural dos Açores, D. António Sousa Braga diz que a tradição do “pão por Deus”, levada do continente, sempre foi forte no arquipélago: “É uma expressão muito bonita de partilha, de gratuitidade, convivência entre as pessoas, é assim. O ‘Pão por Deus’ era uma ocasião em que as famílias também se encontravam, havia uma entreajuda em géneros para as famílias mais carenciadas”.

O dia de Todos-os-Santos deixar de ser feriado vai tornar ainda mais difícil manter esta tradição: “Não sendo feriado vai ser difícil manter, mas há grupos nas paróquias, nas freguesias, que promovem. Nas escolas também promoviam, não sei agora a como é que é possível isso, porque sendo dia de trabalho não é possível as crianças irem pelas casas”.

O bispo de Angra apelou, por isso, ao empenho e à imaginação das paróquias e das escolas para manter viva a tradição do “pão por Deus” nos Açores.