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Diocese alemã admite dar comunhão a divorciados em segundas uniões

09 out, 2013

Decisão tomada na diocese de Freiburg é contrária às actuais regras em vigor na Igreja Católica. “Soluções pastorais particulares” correm o risco de criar confusão, alerta o Vaticano.

Algumas pessoas a viver em segundas uniões vão poder receber os sacramentos, como a comunhão, na diocese de Freiburg, segundo uma decisão tomada nos últimos dias.

Todos os padres da arquidiocese, a segunda maior da Alemanha, receberam um panfleto com indicações de como proceder a um acompanhamento pastoral de pessoas nestas situações. Nalguns casos, admite a diocese, após esse acompanhamento os membros do casal podem ser admitidos à comunhão e outros sacramentos, segundo informação publicada no site do jornal católico inglês "The Tablet".

Mas a orientação em Freiburg vai em sentido contrário das actuais regras da Igreja. A Igreja Católica Romana não aceita segundas uniões, considerando que um casamento válido é para toda a vida. Isto significa que pessoas divorciadas civilmente, que passem a viver com outra pessoa, independentemente de casarem civilmente, estão num estado de adultério e, caso não decidam remediar essa situação, saindo da relação, estão barrados de receber os sacramentos, salvo em caso de perigo de vida.

Pastoralmente, há muitos anos que a Igreja discute este problema, mas recentemente o Papa Francisco deu a entender que queria encontrar novas soluções e especula-se que o Sínodo dedicado à família, que está marcado para Outubro do próximo ano, possa ser dedicado em parte a esta discussão.

Na terça-feira de manhã o director da sala de imprensa da Santa Sé, o padre Federico Lombardi, alertou para o perigo de se alimentar especulações e de as dioceses se anteciparem a eventuais soluções, que não se sabe se serão aprovadas pelo sínodo ou não.

“Propor soluções particulares por parte de pessoas ou gabinetes locais corre-se o risco de espalhar a confusão”, afirmou.