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Morreu Ovadia Yosef, líder espiritual de milhares de judeus sefarditas

07 out, 2013 • Filipe d’Avillez

O rabino, que tinha 93 anos, nasceu em Bagdade, uma importante comunidade judaica que entretanto já foi extinta. Yosef era líder espiritual do Shas, um partido ultra-ortodoxo.  

Morreu Ovadia Yosef, líder espiritual de milhares de judeus sefarditas
Morreu esta segunda-feira, aos 93 anos de idade, o rabino Ovadia Yosef, líder espiritual do partido ultra-ortodoxo Shas e uma das mais importantes figuras do judaísmo sefardita em Israel.

Depois de várias semanas doente, Yosef foi levado ao hospital esta manhã, em Jerusalém, mas não resistiu a um colapso geral das suas funções corporais.

A sua morte já foi lamentada pelo Presidente israelita, Benjamin Netanyahu, que o definiu como um dos grandes especialistas na Torá, a lei religiosa judaica, “e um líder espiritual para dezenas de milhares de judeus”.

Ovadia Yosef chegou a ser eleito rabino-mor sefardita de Israel. A esmagadora maioria dos judeus israelitas dividem-se entre ashkenazi e sefarditas, e cada facção tem um rabino-mor que decide sobre questões de interpretação de legislação religiosa no país. Os judeus sefarditas são os que viviam na Península Ibérica e, após a expulsão de Espanha e mais tarde de Portugal, se mudaram para outras partes, incluindo o Médio Oriente.

Ovadia Yosef nasceu em Bagdade, uma das mais antigas comunidades judaicas do mundo, hoje extinta.

Mais recentemente o rabino era considerado um dos líderes espirituais do Shas, um partido ultra-ortodoxo. Enquanto figura influente, era frequentemente requisitado para dar a sua bênção a acordos de coligação em que o Shas participava.

Ao longo da sua vida e ministério Ovadia Yosef esteve envolvido em bastantes polémicas. Em 2010 afirmou que o propósito dos gentios na Terra, como são conhecidos os não judeus, era de servir os judeus.

Após as cheias em Nova Orleãs, nos Estados Unidos, Yosef afirmou que o furacão tinha sido causado pela falta de estudos bíblicos na região, e recorreu a vocabulário considerado racista ao referir-se aos negros com a palavra hebraica “kushim”.