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"Quando a Igreja desceu à Terra"

02 out, 2013 • Liliana Monteiro

Livro conta com os depoimentos do padre António Rego e Rámon Cazallas, que acompanharam de perto o Concílio Vaticano II, um dos documentos mais importantes na Igreja Católica.

“Quando a Igreja desceu à Terra” é o título do livro do jornalista António Marujo, lançado esta terça-feira, em Lisboa, que reflecte sobre a importância do Concilio Vaticano II.

A obra conta com os depoimentos do padre António Rego e Rámon Cazallas, testemunhas da memória dos 50 anos de um dos documentos mais importantes na Igreja Católica.

O livro serviu de mote para um debate sobre se o Concilio Vaticano II ainda tem futuro, que decorreu esta terça-feira, na livraria Ferin, em Lisboa. A opinião parece ser unanime: a Igreja tinha de mudar e este documento datado de 1965 tem vindo a abri-la ao mundo.

Para o padre António Rego, o documento foi e é um guião constante nos passos da Igreja: “Não estou nada de acordo que o Concílio tenha sido esquecido. Eu penso que nós precisamos é de trazer ao de cima apenas a certeza de que aquilo que somos, a nossa perspectiva sobre a própria Igreja, a fé, o ecumenismo… nós nem nos apercebemos que aquilo que hoje fazemos e proclamamos está, em grande parte, decorrente desse Concílio e a Igreja está continuamente a actualizá-lo”.

Já para Ramon Cazallas, 50 anos após o Concilio convocado pelo Papa João XXIII, há ainda muito a descobrir e o Papa Francisco está já a ajudar nessa tarefa.

Ramon Cazallas dirige o Centro de Animação e Espiritualidade Missionária, estudava em Roma e viveu de perto o nascimento desta pedra angular da Igreja.

Já Joana, uma jovem de 33 anos, católica praticante, não vê no terreno todo o espirito do documento.

O jornalista António Marujo, autor do livro “Quando a Igreja desceu à Terra”, destaca a actualidade do Concílio Vaticano II.

“Quando releio textos do concílio, percebo que há ali uma modernidade extraordinária, mesmo se às vezes sinto que há coisas que já estão ultrapassadas naquilo que dizem ou naquilo que propõe. Mas a atitude fundamental que é, por um lado, reaproximarmo-nos da Bíblia, do testemunho do Evangelho e dos primeiros-cristãos, por outro, trazer esse testemunho para os tempos de hoje, essa atitude fundamental é actualíssima”, sublinha.