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Cristãos bem representados em nova assembleia constituinte no Egipto

03 set, 2013

Ao contrário da anterior, dominada por islamistas, a actual assembleia constituinte tem representantes de várias vertentes da sociedade egípcia, incluindo cinco mulheres e vinte cristãos.

O Egipto deu, ontem, o primeiro passo no sentido de elaborar uma nova Constituição, com a nomeação de uma assembleia constituinte que será encarregada de escrever o documento, a aprovar posteriormente em referendo.

A Constituição que estava em vigor até Julho, altura em que o Presidente islamista Mohamed Morsi foi deposto, tinha sido elaborada por uma comissão composta maioritariamente por islamistas. Os poucos cristãos presentes nessa comissão abandonaram os trabalhos antes da sua conclusão, em protesto.

A anterior assembleia era composta por 100 membros, dos quais 66 eram islamistas, apenas cinco eram cristãos e tinha um total de seis mulheres. A nova assembleia é radicalmente diferente, apesar de ter apenas metade dos membros, 50, há 20 cristãos, representando várias confissões, e cinco mulheres entre os seus membros.

Os cristãos são a maior minoria religiosa no Egipto, representando cerca de 12% da população. No geral, os coptas, como são chamados, têm apoiado o novo Governo militar, no poder desde Julho, sofrendo por isso duras consequências durante as revoltas islamistas dos últimos dois meses.

Até ao momento, os únicos críticos da assembleia constituinte são os islamistas, incluindo o partido Al-Nour, que apoiou moderadamente a destituição de Morsi em Julho. Os representantes deste partido consideram que a assembleia não tem islamistas suficientes e temem que sejam apagadas da nova Constituição referências ao Islão.