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Papa preocupa-se com proibição de abate ritual de animais na Polónia

03 set, 2013 • Filipe d’Avillez

Depois de um encontro com responsáveis judaicos, Francisco encarregou o Cardeal Kurt Koch de averiguar a situação na Polónia, onde a Igreja tem muita influência.

Papa preocupa-se com proibição de abate ritual de animais na Polónia
O Papa Francisco mostrou-se pessoalmente preocupado pela recente proibição do abate de animais segundo as tradições religiosas, na Polónia, que põe em causa a liberdade religiosa de judeus e muçulmanos naquele país.

Numa reunião com representantes do Congresso Mundial Judaico (CMJ), que decorreu, na passada segunda-feira, no Vaticano, o Papa ouviu com atenção as queixas do presidente da organuzação, Ronald Lauder, e, segundo Lauder, pediu ao Cardeal Kurt Koch, responsável pelo diálogo ecuménico e pelo diálogo com os judeus, para acompanhar a situação.

A notícia foi bem recebida pelos representantes judaicos, especialmente, pelo rabino-mor da Polónia, Michael Schudrich, que, em declarações ao “The Jerusalem Post”, disse que se trata de um gesto “bem-vindo e muito encorajador, sobretudo, vindo do Papa”.

A Igreja Católica goza de uma significativa influência na Polónia, pelo que o rabino espera que, agora, em conjunto com o Governo polaco, se chegue "a uma solução rápida e sábia”.

O Governo polaco opôs-se a esta proibição que foi mantida, todavia, pelo parlamento do país. A União Europeia exige que os animais abatidos para consumo estejam inconscientes na altura em que são mortos, mas as leis religiosas de judeus e de muçulmanos exigem, pelo contrário, que estejam conscientes.

Na maioria dos países da União Europeia, existem regimes de isenção para estas comunidades religiosas, mas, na Polónia, o Supremo Tribunal considerou que a isenção violava a lei nacional. O Governo tentou passar uma lei para regularizar a situação, mas esta foi chumbada no Parlamento.

Actualmente, o Governo de Varsóvia e as comunidades judaica e muçulmana estão a tentar encontrar uma solução, mas tanto o ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel como várias organizações judaicas já expressaram a sua preocupação.