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Bispo copta alerta para as dificuldades dos cristãos no Egipto

20 ago, 2013

Muitas igrejas cristãs terão sido atacadas por apoiantes do presidente deposto Morsi durante os confrontos dos últimos dias no país.

O Bispo copta-católico Kyrillos William de Assiut afirma que muitos cristãos, principalmente na província de Minya, no Egipto, estão com receio de sair de casa devido aos tumultos, alegadamente levados a cabo por apoiantes do presidente deposto Mohammed Morsi.

Kyrillos William, de Assiut, lembra que desde 13 de Agosto foram quase 80 as igrejas, conventos, escolas administradas pela Igreja, clínicas atingidas.

Por isso, o Bispo deixou críticas aos apoiantes da Irmandade Muçulmana e lamentou que os países do Ocidente não estejam a apoiar o novo regime.

Numa entrevista à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, o bispo disse: “Os governos ocidentais falam dos direitos humanos; sim, estes grupos têm o direito de se manifestar, mas não com armas. Os governos ocidentais não vêem a realidade do que se está a passar aqui.”

O Bispo copta-católico acrescentou: “[Os Irmãos Muçulmanos] pensam que os cristãos são a causa do afastamento de Morsi. Mas os cristãos não estavam sozinhos – 35 milhões de pessoas saíram para as ruas para se manifestarem contra Morsi.”

Os confrontos no país já fizeram cerca de mil mortos desde dia 14 de Agosto, segundo números oficiais e muitos mais, segundo a Irmandade Muçulmana.

O actual clima de tensão no Egipto iniciou-se a 30 de Junho, quando diversos sectores da oposição promoveram grandes protestos exigindo a deposição do presidente islamita Mohamed Morsi, eleito em Junho de 2012 nas primeiras eleições livres no país.

Morsi provinha da Irmandade Muçulmana, que também venceu as legislativas organizadas após o derrube, em Fevereiro de 2011, do regime autocrático de Hosni Mubarak.

A 3 de Julho, o presidente foi deposto e detido pelos militares, tendo sido formado um Governo de transição, entre os protestos das correntes islamitas que exigem o regresso de Morsi ao poder.