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Arcebispo do Luxemburgo pede a quem já emigrou que ajude quem se prepara para sair

12 ago, 2013 • Olímpia Mairos

D. Jean Claude Hollerich desafia emigrantes a não terem “medo de se mostrarem cristãos”.

O arcebispo do Luxemburgo, D. Jean-Claude Hollerich, que preside este ano à peregrinação internacional de Agosto, dedicada a quem deixou o seu país natal, convidou os emigrantes a testemunharem sem medo a sua fé e a serem ajuda concreta para os que, hoje, devido à situação económica de Portugal, são também obrigados a emigrar.

“Vós, os emigrantes de longa data, ide em auxílio dos vossos irmãos e irmãs que continuam a chegar aos novos países”, apelou na homília o prelado luxemburguês.

Para D. Jean Claude Hollerich, “a emigração é uma experiência que muda sempre quem emigra”, salientando que, nesta experiência, “podem contar sempre com Jesus - o irmão - que não se cingiu à sua divindade, mas assumiu a nossa humanidade”.

O arcebispo do Luxemburgo apelou aos milhares de fiéis presentes no Santuário de Fátima a que “não esqueçam o amor, o amor pela família”, realçando que “há valores que não se podem pagar com o dinheiro” e que “a fé, a vida cristã, faz parte destes valores”.

D. Jean Claude Hollerich convidou também os emigrantes à partilha dos valores do amor e do perdão com os países de acolhimento e a não imitarem o materialismo e a sua cultura de secularização.

“Para que serve o dinheiro ganho com tanto suor e mágoa, se a família, por estarmos ausentes, se dissolver por já não ter um centro?”, interpelou o prelado, para sublinhar que “o amor significa oferecer a própria vida para que a família possa viver dignamente, trabalhar para que os filhos possam vir a ter uma vida melhor”.

O presidente da peregrinação internacional do migrante deixou ainda um convite ao povo português, aos seus conterrâneos e a todos os emigrantes, para que “peçam a Nossa Senhora de Fátima para serem verdadeiramente discípulos de Cristo” e “transmissores do Evangelho”.

Por fim, o arcebispo do Luxemburgo apelou aos presentes a que não tenham “medo de se mostrarem cristãos”, e exortou os emigrantes a “manter os hábitos de oração, as procissões e a devoção a Nossa Senhora de Fátima”, frisando: “a vossa expressão de fé relembrará aos outros a sua própria história onde a mão de Deus ou a sua graça tocou”.