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França pondera proibir véus islâmicos nas universidades

06 ago, 2013

François Hollande pediu ao Alto Conselho para a Integração ideias para renovar a lei da laicidade criada em 1905.

O Governo francês está a ponderar proibir o uso de véus islâmicos nas universidades, revelou esta terça-feira o jornal francês “Le Monde”.

A ideia surge num relatório do Alto Conselho para a Integração e refere que essa proibição seria necessária para fazer frente a problemas criados por alunos que envergam roupa de natureza religiosa, exigem espaços para oração e ementas que respeitem as restrições alimentares dos seus credos.

A divulgação da proposta surge pouco tempo depois de vários dias de violência e manifestações por parte de muçulmanos que ficaram enfurecidos quando polícias pediram os documentos de identificação a uma mulher totalmente velada, num subúrbio de Paris.

Muitos muçulmanos encaram esta possível medida como um atentado à sua liberdade religiosa: “É mais um passo na estigmatização legal dos muçulmanos. A separação entre a Igreja e o Estado não pode ser reduzida, conforme querem alguns, a um arsenal de leis contra os muçulmanos”, considera o Comité Liberdade 15 de Março, um grupo que se opõe à proibição do véu islâmico.

Actualmente o véu islâmico já é proibido na função pública e em escolas públicas. O argumento usado para as escolas é de que se pretende evitar pressão sobre as crianças, exercida pelos seus familiares.

Mas na universidade o véu é permitido, uma vez que se considera que os alunos são adultos com liberdade de escolha. A proibição inverteria esta lógica.