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Pastoral da Liturgia quer menos "espectáculo" nas missas

25 jul, 2013 • Paula Costa Dias

Hoje, faz-se “missa com fados, missa com isto e com aquilo, para fazer da missa um espectáculo”, quando o verdadeiro “espectáculo” da missa é "a manifestação do Cristo ressuscitado, naquela gente que se reúne ali", diz o padre Pedro Ferreira.

Tornar a celebração da missa um verdadeiro exercício do sacerdócio de Cristo é o desafio que a Comissão Episcopal da Pastoral Litúrgica lança, esta semana, aos cristãos.

No seu 39º Encontro Nacional, que decorre até amanhã, em Fátima, a Pastoral Litúrgica promove uma reflexão sobre esta mudança de conceitos que o Concilio Vaticano II trouxe, mas que ainda não foi verdadeiramente posta em prática.

A Pastoral Litúrgica não defende as “missas-espectáculo”, mas sim missas em que seja exercido o verdadeiro sacerdócio de Cristo, consumando um regresso às origens que se impõe numa altura em que as celebrações eucarísticas perdem fiéis.

O padre Pedro Ferreira, do Secretariado Nacional da Pastoral Litúrgica, nota que, para muitos, “ir à missa é uma ‘seca’” e que “para se resolver o problema, faz-se a missa ‘bonita’”. Assim, faz-se “missa com fados, missa com isto e com aquilo, para fazer da missa um espectáculo”, quando o verdadeiro “espectáculo” da missa é "a manifestação do Cristo ressuscitado, naquela gente que se reúne ali. Um Cristo que reza ali, e nós vamos para rezar com Cristo”.

Mais de mil leitores estão reunidos, em Fátima, num encontro que reflecte sobre o legado do Concilio Vaticano II. “O documento aponta para uma liturgia que é o exercício do Sacerdócio de Cristo. Enquanto antes se entendia que a liturgia eramos nós a fazer coisas, os leitores a ler, o padre a benzer, o Concílio vem dizer que não é assim, que liturgia é o Cristo a exercer o seu sacerdócio, Cristo a falar ao seu povo”, explica Pedro Ferreira.

“A Liturgia – cume e fonte da vida cristã. A celebração da fé à luz do Concílio “ é o tema deste encontro que regista a participação de menos jovens do que é hábito, uma vez que muitos estão no Brasil, participando na Jornada Mundial da Juventude.