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Freira raptada e violada durante uma semana na Índia

16 jul, 2013

O presidente da Conferência Episcopal da Índia considera que se trata de um acto de terrorismo contra as mulheres indianas. As razões do crime ainda não foram esclarecidas, mas na origem poderá estar um feudo familiar.

Uma freira indiana de 28 anos foi raptada e violada durante uma semana em Orissa por um grupo de homens, entre os quais se incluíam alguns primos seus.

A religiosa, que não foi identificada, recebeu um telefonema de um parente a dizer que uma tia estava gravemente doente e tinha pedido a sua presença. A freira viajou de comboio e foi recebida no dia 5 de Julho por alguns primos e amigos destes, mas em vez de ser conduzida para a casa da tia foi levada para um local isolado onde foi mantida em cativeiro durante vários dias e violada repetidamente pelos membros do gangue.

No dia 11 de Julho os homens levaram-na de volta à estação, ameaçando matá-la se contasse a alguém o que se tinha passado. Dois dias mais tarde chegou de volta à sua aldeia, onde fez queixa à polícia.

Segundo a agência católica AsiaNews o irmão da vítima terá dito que na origem do ataque pode estar uma quezília familiar, o que explicaria o envolvimento dos primos.

O presidente da Conferência Episcopal da Índia já fez uma declaração, considerando que este ataque constitui um acto de terrorismo contra as mulheres indianas. “Condeno a violação em grupo desta jovem freira de forma mais veemente possível. Esta violação constitui um acto de terrorismo físico e emocional contra as nossas mulheres”, disse o cardeal Oswald Gracias, em declarações à AsiaNews.

O Cardeal recordou que no ano passado duas meninas de 13 anos foram violadas na zona de Khandamal, Orissa, onde se deu este ataque, e também que o caso da freira que foi violada por um grupo de extremistas hindus em 2008, e deixada quase morta, não foi ainda apropriadamente tratado pelas autoridades indianas.

Em 2008 Orissa foi palco de alguns dos piores casos de perseguição aos cristãos que se viveram nas últimas décadas na Índia.

Mais um ataque que vem dar força aos protestos que pedem alterações à lei após o ataque contra uma estudante a 16 de Dezembro do ano passado, num autocarro. A jovem, de 23 anos, acabou por falecer no hospital. A violação colectiva gerou uma onda de protestos e alimentou um debate nacional sobre o excesso de crimes sexuais na Índia, onde se regista uma violação a cada 20 minutos.