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Queda do Governo egípcio deixa Hamas sem aliados

11 jul, 2013

Fontes israelitas acreditam que o aperto económico pode levar a um levantamento popular contra o Governo islamista na Faixa de Gaza.

A queda do Governo islamista no Egipto, apoiado pela Irmandade Muçulmana, deixa o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, na Palestina, cada vez mais isolado.

Desde que garantiu o controlo da Faixa de Gaza, em 2007, o Hamas tem sido boicotado tanto pelo Fatah, o partido secularista que domina a Cisjordânia, como por Israel e os principais países do Ocidente. Ao longo dos últimos seis anos o grupo, que advoga uma linha muito mais bélica em relação a Israel que o Fatah, tem contado sobretudo com o apoio do Hezbollah, o grupo político e paramilitar que opera no Líbano e, desde o ano passado, da Irmandade Muçulmana, no Egipto.

Mas os acontecimentos recentes levaram ambas estas organizações a limitar o seu relacionamento com o Hamas. A queda da Irmandade Muçulmana no Egipto dá menos liberdade de acção ao Hamas, que utilizava a fronteira com o Egipto para introduzir bens essenciais, muitas vezes clandestinamente, no território.

A razão por detrás do arrefecimento de relações com o Hezbollah é sectário e tem a ver com a guerra civil na Síria. O Hezbollah é uma força xiita e envolveu nos últimos meses mais activamente no apoio ao Governo de Bashar al-Assad, que é dominada por membros da seita alauita, um ramo do Islão xiita.

Do outro lado do campo de batalha estão rebeldes que são na sua vasta maioria muçulmanos sunitas, tanto da maioria sunita da Síria como de países terceiros. O Hamas, sendo um grupo sunita, apoia os rebeldes.

Desprovido das suas principais fontes de apoio, e com o agudizar do estado da economia local, o Hamas pode enfrentar um levantamento popular, acreditam fontes de segurança israelita, citadas pelo jornal israelita "The Jerusalem Post".

Na semana passada, durante os protestos populares no Egipto, elementos do Fatah apelaram aos habitantes da Faixa de Gaza que se revoltassem contra o Hamas, mas sem qualquer efeito aparente.