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Quatro mortos durante protestos da Irmandade Muçulmana no Egipto

05 jul, 2013

Dois dias após a deposição de Mohamed Morsi pelo exército, islamistas em todo o país saíram à rua para apoiar o ex-Presidente e exigir a sua libertação.

Pelo menos três pessoas já morreram no Cairo na sequência de manifestações contra o golpe militar que derrubou, na passada quarta-feira, o Presidente egípcio. Noutra zona um soldado foi morto após vários ataques a contingentes militares.

As manifestações foram convocadas pela Irmandade Muçulmana, que apelidou este dia “Sexta-feira da Cólera”. Os islamistas consideram a deposição de Mohamed Morsi ilegal. Sexta-feira é dia de descanso nos países de maioria islâmica, e por isso uma altura ideal para a convocação de protestos em larga escala.

Numa das manifestações, no Cairo, os islamistas tentaram marchar sobre um quartel militar onde se encontra detido o ex-Presidente. As Forças Armadas dispararam sobre a multidão, fazendo vários feridos e pelo menos três mortos. Fontes das forças de segurança egipcías admitiram as mortes, mas, oficialmente, o exército nega qualquer vitíma mortal.

Noutro ponto do país, onde os islamistas têm mais força, um soldado foi morto após vários ataques a contingentes militares.

O apelo da Irmandade Muçulmana agrava a preocupação de um aumento da violência, isto apesar de os seus responsáveis terem recusado, ontem, o recurso às armas para fazer valer as suas posições.

Os partidos secularistas e democráticos pediram aos seus apoiantes para ir para as ruas “urgentemente” para mostrar a sua força e contrariar as manifestações pró-Morsi.

Cerca de 20 pessoas morreram durante as manifestações contra Morsi, que tiveram início na passada segunda-feira. Em resposta, as Forças Armadas pediram que quaisquer manifestações decorressem de forma pacífica e comprometeram-se a tentar impedir confrontos entre as diferentes partes.