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Mafiosos sem direito a enterro católico na Sicília

25 jun, 2013

Decisão aplica-se a todos os que forem condenados judicialmente e não mostrem qualquer indício de arrependimento antes da morte.

O bispo de Acireale, na Sicília, anunciou que será recusado, na sua diocese, o enterro católico a qualquer pessoa condenada por envolvimento na Máfia.

A garantia foi dada pelo bispo Antonino Raspanti, durante uma audiência com a ministra da Justiça italiana, Anna Maria Cancellieri.

As condições para a proibição são a condenação, após esgotamento dos recursos por parte do acusado, e a falta de qualquer sentimento de arrependimento antes da morte. “Ser cristão é incompatível com as ligações a organizações mafiosas”, argumentou Raspanti, assumindo que esta é uma medida altamente simbólica que tem o propósito principal de “acordar as consciências” e chamar atenção para um problema que continua a preocupar a sociedade italiana.

O crime organizado e o fenómeno da Máfia, em particular, continuam a constituirr um flagelo na Sicília, onde as famílias ligadas à organização continuam a gozar de grande influência.

Durante anos, a Igreja Católica foi acusada de ser demasiado branda em relação à Máfia, se não mesmo cúmplice, nas zonas mais complicadas. A imagem começou a mudar quando João Paulo II, em visita à Sicília, em 1993, apelou ao arrependimento e conversão dos mafiosos.

No mesmo ano, um sacerdote italiano rabalhava com jovens em Palermo foi morto pela Máfia. Pino Puglisi era um crítico assumido da organização criminosa e acabaria por ser a primeira vítima da Máfia a ser beatificado, tornando-se um importante símbolo da luta contra a “cosa nostra”.