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Há 100 dias que Francisco surpreende o mundo

20 jun, 2013 • Aura Miguel

Desde que foi eleito, em Março, o novo Papa começou a quebrar regras. Francisco “não se deixa rotular nem apropriar, é bastante carismático e próximo de todos, dos mais simples aos mais importantes e poderosos”.

Há 100 dias que Francisco surpreende o mundo
Passaram 100 dias da eleição do Papa e muita coisa está por decidir sobre o seu pontificado, mas torna-se evidente que Francisco não se deixa rotular, nem apropriar.

Carismático e próximo de todos – dos mais simples e doentes aos
importantes e poderosos – o novo Papa desarma qualquer um com o seu jeito simples e directo de falar das coisas essenciais e decisivas da vida.

Francisco harmoniza características pouco comuns entre si: é um Papa humilde mas forte; popular mas exigente; fala dos pobres mas não é ideológico; apela à solidariedade e ecologia, mas fala do diabo; condena os cristãos engomados e apoia os que saem para as periferias; não gosta dos carreiristas nem dos que passam a vida a lamentar-se.

Avisa que dizer mal dos outros é pecado e garante que sem a oração não vamos longe. Considera a piedade popular um verdadeiro tesouro e – desde que foi eleito –fala constantemente de amor, da ternura e da misericórdia, dos quais, aliás, a sua própria vida dá um testemunho eloquente.

Talvez seja este o aspecto mais avassalador do fenómeno Bergoglio nestes 100 dias: um Papa que veio dos confins do mundo, cujas palavras e gestos tocam profundamente o coração.

Os 100 dias de Francisco foram tema no debate de actualidade religiosa de quarta-feira, na Renascença.