Tempo
|

D. José Policarpo vai escrever e ensinar a rezar

18 mai, 2013 • Maria João Costa

D. José Policarpo revela que passará a viver em Sintra, "onde se vai instalar um centro de iniciação à oração". Vai continuar a servir a igreja, mas de uma nova forma.

D. José Policarpo vai escrever e ensinar a rezar
O agora cardeal emérito de Lisboa já disse que considera uma boa escolha, a do Bispo do Porto para Patriarca. À margem da cerimónia de Bênção dos finalistas, em Lisboa, D.José Policarpo apontou os desafios que D.Manuel Clemente irá agora enfrentar lembrando que a Igreja tem como missão suscitar a esperança em momentos de crise. D. José Policarpo explicou que continuará a servir a Igreja mas de forma diferente.
D. José Policarpo ainda não saiu, de facto, do comando do Patriarcado, mas diz que já tem saudades.

Em declarações aos jornalistas, feitas à margem da cerimónia da bênção dos finalistas, que decorreu na Praça do Comércio, D. José, que passa a ser administrador da diocese de Lisboa, revelou que planeia ter uma vida com menos exposição pública, vivendo em Sintra, "onde se vai instalar um centro de iniciação à oração". 

D. José Policarpo explicou que não irá dirigir o centro, mas espera receber quem quiser aprender a rezar, sublinhando que estará à "disposição de uma nova forma de servir a igreja". D. José, enquanto Cardeal emérito, irá sempre "atender pessoas e grupos". Nos seus planos, está também a escrita.

Questionado sobre a escolha de D. Manuel Clemente como seu sucessor, D. José Policarpo considerou tratar-se de uma boa escolha que "agrada a todos".

O agora administrador da diocese de Lisboa falou num regresso a casa de D. Manuel, sublinhando que este "não é um desconhecido de ninguém".

"Ele, tal como eu, é natural da diocese de Lisboa, onde foi baptizado e fez a sua formação, onde foi sacerdote e onde foi bispo auxiliar. Claro que é uma escolha certa", reforçou. 

"É uma escolha que nos alegra a todos muito", confessou, ainda, D. José, que, interrogado sobre os desafios que se colocam ao novo Patriarca, afirmou: "É uma sorte ser bispo de Lisboa. É muito exigente, às vezes com momentos difíceis, mas é uma comunidade encantadora e sentimos muita alegria de servir este povo".
 
Num momento de crise do país, D. José Policarpo notou que não é missão dos bispos "entrar na polémica do ponto de vista político", porque "a missão da Igreja é suscitar a esperança, é, sobretudo, estar juntos dos que estão a sofrer mais com esta crise e é, na sua mensagem, não se cansar de dar uma dimensão na linha dos valores que tem de enquadrar todas as soluções".

O patriarca emérito terminou lembrando que "a Igreja não é política, mas tem uma dimensão para sociedade".