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Banco Alimentar de Setúbal tem 50 instituições em lista de espera

15 abr, 2013 • Rosário Silva

O Banco Alimentar contra a Fome da Península de Setúbal abrange todo o distrito, mais o concelho de Odemira. Uma extensa área, numa região onde o desemprego continua a crescer.   

Banco Alimentar de Setúbal tem 50 instituições em lista de espera
Quatro mil toneladas de produtos alimentares, é quanto distribui, por ano, só o Banco Alimentar Contra a Fome da Península de Setúbal. Há cada vez mais pedidos de ajuda, confirma à Renascença o presidente deste Banco que tem em lista de espera cerca de 50 instituições que aguardam vez para dar resposta às necessidades de muitas famílias.

O Banco Alimentar contra a Fome da Península de Setúbal abrange todo o distrito, mais o concelho de Odemira. Uma extensa área, numa região onde o desemprego continua a crescer.

Quase centena e meia de instituições já recebem apoio regular deste Banco, mas há mais 50 em lista de espera. São números impressionantes, revela o presidente António Alves: “Temos protocolos firmados com 147 instituições, mas temos mais 50 em espera. Distribuímos à volta de quatro mil toneladas de produtos alimentares, por ano, o que é uma coisa já bastante complicada”.

Contas feitas, há 40 mil pessoas que beneficiam desta ajuda, acrescenta António Alves, pois relativamente aos protocolos “estamos a falar de 25 mil pessoas e depois temos aquelas que não vão todos os dias, e que são mais umas 15 mil. Portanto, números redondos, o Banco Alimentar do distrito de Setúbal chega a cerca de 40 mil pessoas.”

A dificuldade passa por descortinar novas maneiras de encontrar e recolher produtos alimentares, dado que os excedentes são cada vez menos, tendo em conta que os “produtores produzem apenas as quantidades exigidas pelo mercado, logo há menos excedentes e há mais dificuldades em encontrar produtos para podermos distribuir pelos mais necessitados”, acrescenta este responsável.

Apesar de tudo a palavra de ordem é “esperança” para António Alves, presidente do Banco Alimentar Contra a Fome da Península de Setúbal, cidade que, de resto, recebe nos dias 19 e 20 deste mês o quinto Encontro dos Bancos Alimentares Contra a Fome de Portugal. No encontro, vão ser objecto de reflexão e de troca de pontos de vista os problemas da sociedade e das Instituições de Solidariedade Social.

Numa nota enviada à Renascença pode ler-se que “numa sociedade tão cansada de promessas, torna-se necessário encontrar ideias e formas inovadoras para recolher produtos alimentares que ajudem a minimizar alguns problemas das pessoas carenciadas, pobres ou em exclusão social. A missão dos Bancos Alimentares Contra a Fome continua a ser uma das luzes que procura garantir que a chama da Solidariedade nunca se apague.”