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Inspirado no Papa, Arcebispo de Braga apela à bondade e à ternura

28 mar, 2013 • Filipe d'Avillez

Na homilia da Ceia do Senhor, D. Jorge Ortiga também deixou críticas aos proponentes da teologia da prosperidade, referindo especificamente a Igreja Universal do Reino de Deus.

Inspirado no Papa, Arcebispo de Braga apela à bondade e à ternura
D. Jorge Ortiga revelou mais uma vez a forma como o pontificado do Papa Francisco lhe tem servido de inspiração. No final da sua homilia na missa da Ceia do Senhor, o Arcebispo relembrou um pedido feito pelo novo Pontífice.
 
"Como dizia o Papa Francisco na eucaristia do início do seu serviço petrino, vamos efectivamente mostrar ao mundo que por Cristo, com Cristo, alimentados pela palavra e pela eucaristia, não temos medo da bondade e da ternura, mas oferecemo-la a todos, particularmente aos mais carenciados e necessitados."

Toda a homilia de D. Jorge teve por mote a ideia de que o verdadeiro poder da Igreja é o serviço, a mesma que orientou a homilia da missa de inauguração do Papa. Na missa em que os católicos recordam a última ceia de Cristo e a instituição da Eucaristia, o Arcebispo de Braga sublinhou que os Evangelhos dizem que Jesus vestiu um avental para lavar os pés aos seus discípulos, mas depois não diz que o tenha retirado antes de voltar à mesa para terminar a refeição.

D. Jorge infere que o "avental do serviço simboliza o uniforme dos cristãos na actualidade" e recordou que o poder da Igreja é precisamente este: "Chama-se pura e simplesmente 'caridade'".

"Os marxistas atacaram a Igreja dizendo que era contra os pobres e a favor dos ricos. A verdade é o contrário", disse o Arcebispo, apontando para as "maravilhas sociais da solidariedade católica", simbolizadas pela presença nesta celebração de 12 jovens residentes em instituições da Igreja, que existem há séculos e a quem o arcebispo lavou os pés no decorrer da missa. 

D. Jorge Ortiga passou depois às críticas a todas as seitas que advogam a chamada "teologia da prosperidade", que defende que Deus retribui a fé dos homens já na terra, dando-lhes boas condições de vida. O Arcebispo apontou o dedo especificamente à Igreja Universal do Reino de Deus.

"Deus é amor. Esta é a verdade profunda em que o cristão acredita. Não se inscreve na lógica comercial, mas caritativa", referiu.

Como exemplo desta atitude verdadeiramente cristã, D. Jorge Ortiga apontou o exemplo de um sacerdote bracarense já falecido, Abílio Gomes Correia. "Procurem conhecer mais profundamente a sua biografia, a vida de amor à eucaristia, experiência de quem nunca se cansava de saborear a presença de Deus nas longas horas de adoração."