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Via Sacra em Roma recorda cristãos no Médio Oriente

25 mar, 2013 • Ecclesia

Celebração no Coliseu é presidida pelo Papa Francisco com reflexões de cardeal e jovens libaneses.  

Via Sacra em Roma recorda cristãos no Médio Oriente
O Papa Francisco vai presidir esta sexta-feira à celebração da Via Sacra no Coliseu de Roma, com reflexões de um cardeal e de jovens libaneses que recordam os sofrimentos dos cristãos do Médio Oriente.

A evocação da prisão, julgamento e condenação à morte de Jesus em 14 etapas, chamadas “estações”, vai apresentar este ano um olhar sobre os preconceitos e o ódio que levam a “conflitos religiosos” e ao “fundamentalismo violento que toma como pretexto a defesa dos valores religiosos”.

Os textos das meditações da tradicional cerimónia de Sexta-feira Santa foram pedidos pelo agora Papa emérito, Bento XVI, ao patriarca de Antioquia dos maronitas (Líbano), Béchara Boutros Raï, que contou com a colaboração de vários jovens do seu país.

A introdução à celebração lembra especialmente “os jovens e quantos se sentem provados por divisões, guerras ou injustiças e lutam por ser, no meio dos seus irmãos, sinais de esperança e obreiros de paz”.

Os autores apelam ao respeito pela liberdade religiosa para que as várias religiões possam colaborar em conjunto para servir o “bem comum” e o “desenvolvimento de todas as pessoas”.

A violência sobre mulheres “feridas na sua dignidade, lesadas pelas discriminações, a injustiça e o sofrimento” e os ataques à “dignidade do homem e ao seu direito à vida” juntam-se à preocupação por “todos os povos humilhados e atribulados, especialmente os do martirizado Oriente”.

As reflexões, publicadas pelo Vaticano, criticam o “laicismo cego” que procura sufocar “os valores da fé e da moral”.

A 12ª estação, que recorda a morte de Jesus na cruz, conta com uma oração por todos os que promovem o aborto e defendem a eutanásia, “para que se comprometam na construção da civilização da vida e do amor”.

“No mundo de hoje, existem muitos ‘Pilatos’ que detêm nas suas mãos as rédeas do poder e as usam ao serviço dos mais fortes”, pode ler-se, noutra reflexão.

A celebração tem início marcado para as 21h15 (menos uma em Lisboa), com transmissão televisiva em vários países, incluindo Portugal (RTP2).

Todos os anos, o Papa pede a um autor diferente a redacção dos textos de reflexão apresentados nas estações da celebração, seguida por dezenas de milhares de peregrinos, com velas na mão.

O patriarca Béchara Boutros Raï foi criado cardeal por Bento XVI a 24 de Novembro de 2012, dois meses depois da viagem pontifícia ao Líbano (14-16 de Setembro).

Nos últimos anos, as meditações tinham sido confiadas ao cardeal Angelo Comastri (2006), arcipreste da Basílica de São Pedro; cardeal Gianfranco Ravasi (2007), presidente do Conselho Pontifício para a Cultura; cardeal Joseph Zen Ze-Kiun, arcebispo de Hong Kong, (2008); Thomas Menamparampil, arcebispo de Guwahati, Índia (2009); cardeal Camillo Ruini, antigo vigário do Papa para a diocese de Roma (2010); irmã Maria Rita Piccione, presidente da Federação das Monjas Agostinianas (2011); Danilo e Anna Maria Zanzucchi, fundadores do movimento “Famílias Novas” (2012).