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Passos defende que aumentar salário mínimo seria "barreira" ao emprego

07 mar, 2013

Primeiro-ministro reconhece que o salário mínimo português, actualmente de 485 euros por mês, é "relativamente baixo" quando comparado com outros países europeus. 

Passos defende que aumentar salário mínimo seria "barreira" ao emprego
O primeiro-ministro voltou a defender que aumentar o salário mínimo nacional no momento atual seria criar um "sobrecusto" para as empresas e uma "barreira" ao emprego em Portugal. Passos Coelho, que falava numa conferência de imprensa no final de um encontro com o seu homólogo holandês, Mark Rutte, esclareceu, em resposta aos jornalistas, as declarações que fez na quarta-feira, no parlamento, sobre o salário mínimo nacional.

O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho afirmou esta quinta-feira, em Haia, na Holanda, que aumentar o salário mínimo nacional no momento actual seria criar um "sobrecusto" para as empresas e uma "barreira" ao emprego em Portugal.

Pedro Passos Coelho, que falava numa conferência de imprensa no final de um encontro com o seu homólogo holandês, Mark Rutte, esclareceu, em resposta aos jornalistas, as declarações que fez na quarta-feira, no Parlamento, sobre o salário mínimo nacional.

"Eu afirmei ontem [quarta-feira], no Parlamento, que um país que tem uma elevada taxa de desemprego não pode criar mais obstáculos à criação de emprego. Elevar, nesta altura, o salário mínimo nacional em Portugal seria criar um sobrecusto para as empresas e, portanto, criar mais uma barreira para o emprego", sustentou o primeiro-ministro.

Passos Coelho afirmou que "seria politicamente demagógico", nas actuais circunstâncias, comprometer-se com um aumento do salário mínimo, acrescentando que "criar mais barreiras no acesso ao emprego seria uma irresponsabilidade" que não poderia "suportar". 
 
O primeiro-ministro disse ainda que, apesar de o Governo estar "disponível" para discutir o tema com os parceiros sociais, não considera que, "antes da inflexão marcada pelo ressurgimento da economia, faça sentido estar a aumentar o salário mínimo nacional". 
 
Na quarta-feira, durante o debate quinzenal, o primeiro-ministro afirmou que, quando um país enfrenta um nível elevado de desemprego, "a medida mais sensata que se pode tomar é exactamente a oposta" ao aumento da remuneração mínima e destacou que foi isso que a Irlanda fez, ou seja, baixar o salário mínimo nacional. 
 
Hoje, Pedro Passos Coelho reconheceu que o salário mínimo nacional em Portugal, actualmente de 485 euros por mês, é "relativamente baixo" quando comparado com outros países europeus. 
 
"Essa foi a razão, como eu recordei no Parlamento, pela qual decidimos não baixar o salário mínimo nacional. Outros países fizeram isso, a Irlanda fez isso, por exemplo, mas o salário mínimo na Irlanda é mais do dobro do que em Portugal", argumentou o primeiro-ministro.